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03/01/2011 - 20h13

Governador do Paraná suspende pagamentos por 90 dias para 'revisão'

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JEAN-PHILIP STRUCK
DE CURITIBA

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), determinou hoje a suspensão das ordens de pagamento do Estado, o que inclui gastos com fornecedores. O prazo da "moratória" terá duração mínima de 90 dias.

De acordo com o governo, o período será utilizado para realizar uma auditoria nos gastos do governo do antecessor de Richa, Orlando Pessuti (PMDB), e analisar a situação financeira do Estado.

O governo afirmou que mais detalhes sobre a moratória serão divulgados amanhã, após o governador se reunir com o secretariado. Despesas como salários do funcionalismo continuarão a ser pagas normalmente.

Medida semelhante foi tomada em 2003 pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), de quem Pessuti era vice.

À época, Requião havia determinado a suspensão por 90 dias de "todo e qualquer pagamento que não seja absolutamente imprescindível para o funcionamento ordinário do Estado". O objetivo era revisar os gastos do governo anterior.

CORTES

No sábado, ao tomar posse, Richa anunciou um plano de ação de 180 dias para "reequilibrar" as contas do Estado. As medidas incluem um corte de 15% nos gastos de custeio da máquina pública.

Segundo o governo, a medida vai gerar uma economia de pelo menos R$ 480 milhões em 2011.

Um relatório divulgado no final de novembro do ano passado pela equipe de transição do novo governo considerou "grave" a situação financeira do governo do Paraná.

Segundo o relatório, manobras orçamentárias realizadas pelo governo anterior, como antecipações de pagamentos e renúncias fiscais, vão privar o caixa de governo em cerca de R$ 1,5 bilhão em 2011.

Durante o discurso de posse, Richa criticou, sem citar nomes, seus antecessores. "Esse não é o tipo de herança que gostaria de ter recebido. Houve gastos que a prudência não teria permitido", afirmou.

O ex-governador Orlando Pessuti afirmou que a suspensão é "desnecessária", mas que acha "natural que o novo governador queira saber mais sobre os pagamentos realizados pelo Estado".

Segundo Pessuti, todas as ordens de pagamento e serviço realizadas na sua administração passaram por uma "análise criteriosa e seguiram os trâmites legais". "É claro que não há dinheiro sobrando, mas deixamos o Estado com a situação bem encaminhada", afirmou.

Roberto Requião não foi localizado pela reportagem.

 

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