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Ex-vice-prefeito acusa cunhado de Alckmin por esquema para direcionar contratações
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DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin, montou um esquema para direcionar contratações feitas pela Prefeitura de Pindamonhangaba, berço político do tucano. A afirmação foi feita à Folha pelo ex-vice-prefeito da cidade João Bosco Nogueira (PMDB). Ele já prestou depoimento à Promotoria.
Ribeiro é um dos 11 irmãos de Lu Alckmin, mulher do governador, e um dos alvos de inquérito que apura irregularidades em contratos firmados por prefeituras de São Paulo e de pelo menos outros quatro Estados.
Em dezembro, a Folha mostrou que a investigação o vincula a pagamento de propina para viabilizar compra de merenda superfaturada.
O ex-vice-prefeito é uma das testemunhas do inquérito. Ele fez denúncia à Câmara Municipal ainda no exercício do mandato, em 2006. O prefeito João Ribeiro (PPS) se reelegeu em 2008 com Mirian Alckmin, sobrinha do governador, como vice.
Segundo Nogueira, o cunhado de Alckmin liderava uma "quadrilha" que financiou campanhas e subornou servidores para intermediar contratos com as prefeituras.
"Não havia um contrato que se celebrasse sem que passasse pela mão dele", afirmou. Leia os principais trechos da entrevista.
Folha - Como funcionava o suposto esquema de direcionamento das licitações?
João Bosco Nogueira - O Paulo Ribeiro já fazia esse trabalho em outras cidades. Ele financiou a campanha do João Ribeiro e [depois de eleito] o prefeito entregou a Secretaria de Finanças para indicados por Ribeiro.
Mas como ele direcionava os contratos?
O operacional dele lá era o Silvio Serrano [secretário de Finanças que, após a denúncia, foi exonerado, em 2010]. Houve uma centralização de poderes. Mas ele era o operacional, o chefe da quadrilha era o Paulo Ribeiro. O Serrano contatava as empresas, homologava [as licitações] e deferia. Não havia contrato que se celebrasse sem que passasse pela mão deles.
O sr. falou com o prefeito João Ribeiro sobre o assunto?
Eu avisei inúmeras vezes. Disse: "João, para com isso. Esse pessoal te põe na cadeia". Aí ele justificava que o Paulo Ribeiro tinha financiado a campanha dele para prefeito pela primeira vez, de deputado e essa [de 2004].
Mas isso está na prestação de contas da campanha?
Ah, não. Isso eles receberam por fora.
O sr. chegou a ver o Paulo Ribeiro na prefeitura?
Ele participava de todas as reuniões de transição, que eram na casa do prefeito. Quando ele apareceu na primeira reunião oficial, já na prefeitura, eu contestei. Aí o prefeito proibiu.
Por que o sr. só falou com o Ministério Público em 2010?
Comecei a denúncia na prefeitura, depois fui para fora. Para o promotor contei o que sabia, depois confirmei em depoimento. Como era muito amplo, ele decidiu direcionar [a investigação] no esquema da Verdurama.
Ribeiro é próximo a Alckmin?
De jeito nenhum. Eu já vi o Alckmin dando um fora nele, na campanha passada [2008], disse que o Ribeiro estava expondo ele. Eu tenho certeza que o Alckmin não tem relação com isso.
OUTRO LADO
A assessoria da Prefeitura de Pindamonhangaba informou que, em 2006, quando surgiram denúncias de possíveis irregularidades na administração, o prefeito João Ribeiro solicitou apuração ao Ministério Público e determinou a criação de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara.
"Convocado, o ex vice-prefeito não denunciou irregularidade", afirmou.
Sobre a declaração de que o prefeito teria recebido doações irregulares, a assessoria disse que "não houve doação não registrada".
A comissão da Câmara Municipal apresentará relatório sobre os contratos no dia 31. A prefeitura disse que só tratará do assunto após a apresentação do documento.
A assessoria confirmou, no entanto, que Paulo Ribeiro participou de reuniões durante a transição do governo.
Procurado, o advogado de Ribeiro, Gilberto Menin, disse que não se manifestaria porque o caso está tramitando em segredo de justiça.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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