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Marina Silva terá instituto com foco em evangélicos
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BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
A ex-presidenciável Marina Silva (PV) prepara o lançamento de um instituto com seu nome, dedicado a ações de educação ambiental e formação política.
Ela disse a aliados que a entidade terá foco no público evangélico, uma de suas principais bases eleitorais na campanha do ano passado.
O projeto é tratado internamente como uma espécie de ponto de partida na construção de uma nova candidatura ao Planalto em 2014.
A intenção da verde, segundo aliados, é usar a ONG para "politizar" fiéis e se manter em evidência no segmento evangélico, que já representa 25% dos brasileiros.
Como o mandato dela no Senado termina dia 31, o plano é acelerar a criação do instituto para evitar um afastamento dos eleitores.
O Instituto Marina Silva terá sede em Brasília, onde ela continuará a morar com a família após entregar as chaves do apartamento funcional.
Pastores que se engajaram na campanha de 2010 e não têm vínculos com o PV devem ser convidados para colaborar com a entidade.
O instituto também vai abrigar os assessores mais próximos, que perderão os cargos no Senado, e parte da equipe que atuou na campanha e continua a trabalhar para Marina nas áreas de comunicação e internet.
DISCURSO
Segundo interlocutores, a senadora quer investir na formação política dos evangélicos, que considera alijados do mundo partidário. Como na campanha, ela deve usar trechos bíblicos para difundir seu discurso ecológico.
Marina foi a única evangélica a disputar a Presidência ano passado. Defendeu bandeiras alinhadas às igrejas, como a oposição ao aborto e ao casamento gay, mas pregou a tolerância e o combate à discriminação religiosa.
Ela pretende se afirmar como uma referência "progressista" no meio religioso, em contraposição a líderes conservadores como o pastor Silas Malafaia, que apoiou José Serra (PSDB).
Além da nova ONG, a senadora também voltará a presidir o IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade), com sede em São Paulo. A entidade reúne intelectuais que apoiaram sua candidatura, como José Eli da Veiga e Luiz Eduardo Soares.
À Folha Marina confirmou a criação do novo instituto, mas disse que seu formato ainda será definido e que ele não terá fins eleitorais.
Ela afirmou que os evangélicos não serão tratados de forma diferente dos adeptos de outras crenças. "Vou ter foco em várias frentes."
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