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Alckmin sai em defesa de aliado condenado pelo STJ
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DE SÃO PAULO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que José Bernardo Ortiz, antigo aliado político a quem o tucano delegou o comando da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), é "um dos melhores administradores" que conhece.
Ortiz, que comandará um orçamento de R$ 2,5 bilhões, foi condenado no ano passado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por improbidade administrativa. A decisão se refere a nomeações sem concurso para cargos na administração de Taubaté.
Na decisão, o STJ proibiu Ortiz de disputar cargos públicos por cinco anos e determinou o pagamento de multa de cerca de R$ 210 mil.
Ex-prefeito com três mandatos na cidade, Ortiz é um dos expoentes da chamada "República do Vale do Paraíba". Ele apadrinhou Alckmin no início da vida política.
"O Ortiz é reconhecidamente honesto. Não tenho dúvida que ele fará um grande trabalho", disse Alckmin.
O tucano rechaçou a hipótese de que o alinhamento político tenha sido determinante para a nomeação. "Não é o fato de ser aliado. Ele é uma pessoa correta, honesta. É um dos melhores administradores que eu conheço", afirmou Alckmin.
Outros tucanos saíram em defesa de Ortiz. "Ele é um grande gestor", disse Silvio Torres, secretário de Habitação. "Sempre foi um político muito respeitado", completou Edson Aparecido (Desenvolvimento Metropolitano).
A nomeação de Ortiz foi noticiada ontem pelo "Estado de S. Paulo". Ele assume o cargo hoje, às 16h.
A Folha apurou que Alckmin não consultou o secretário de Educação, Herman Voorwald, sobre a escolha.
Além da notória ligação política com Ortiz, a nomeação teria sido uma forma encontrada pelo governador de colocar um perfil mais realizador no comando da FDE. Voorwald teria emplacado muitos nomes acadêmicos na direção da secretaria.
Alckmin sabia das pendências de Ortiz. O secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, afirmou que todos os indicados para cargos respondem a um questionário antes da nomeação. "Não houve enriquecimento ilícito nem prejuízo ao erário", disse, em defesa da nomeação.
Procurado anteontem pela Folha, Ortiz afirmou que "não cometeu improbidade". "Não tenho condenação por desvio de dinheiro ou nepotismo", disse.
Ortiz pode não ser o único da família a receber abrigo no governo Alckmin. A nomeação de seu filho Bernardo Ortiz Júnior (PSDB) como assessor do governo está em negociação.
Chamado de "professor" por Alckmin em razão da passagem comum pela Universidade de Taubaté, Ortiz mantém estreitos laços com o governador desde a fundação do PSDB, em 1988.
Dois anos depois, ambos celebraram uma dobradinha quando Alckmin se candidatou à reeleição como deputado federal e Ortiz tentou vaga na Assembleia paulista --os dois triunfaram.
A lealdade de Alckmin ao "padrinho político" tangenciou a trajetória de Ortiz, a quem o hoje governador deu guarida nos intervalos de seus mandatos.
Alckmin diz a interlocutores admirar a conduta dele como "tocador de obras rigoroso nos gastos públicos".
Colaborou FÁBIO ZAMBELI, do Painel
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