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PMN lamenta caso Jaqueline Roriz e diz que aguardará desenrolar
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DE SÃO PAULO
Em nota divulgada nesta quarta-feira, o PMN lamentou o caso envolvendo a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, e afirmou que irá aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Em vídeo, ela aparece recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa.
"Ao convidarmos em 2009, a então deputada distrital para ingressar em nossas fileiras, o fizemos baseados nas informações então colhidas, de se tratar de uma pessoa de boa índole e fácil trato, filha zelosa, mãe dedicada, esposa amantíssima, estimada pela população, com estabilidade financeira, interessada no exercício da ação política, permitindo-nos visualizar um futuro promissor e uma carreira em ascensão", diz a nota.
O partido lamentou que ela tenha se deixado, "por moto próprio ou induzida por terceiros, envolver ingênua e desnecessariamente numa prática nefasta, própria de agentes políticos de pequena expressão, com tibieza ética, moral e intelectual, sem horizontes e carreira curta".
Na nota, o PMN ainda criticou a imprensa na condução do caso. "Lamentamos que --com elogiáveis exceções-- alguns jornalistas venham se especializando em promover antecipadamente e a seu bel-prazer o linchamento moral de algumas pessoas, quando é visível o 'poupamento' de outras cujo enriquecimento súbito causa estranheza, tanta vez que incompatível com o currículo de atividades até então exercidas."
INQUÉRITO
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedir a abertura de inquérito contra a deputada.
Já o corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), prometeu rigor na apuração do caso.
"A Corregedoria da Câmara dos Deputados informa que está acompanhando os fatos divulgados na imprensa a respeito de denúncias contra a deputada federal Jaqueline Roriz. De acordo com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, cabe à Corregedoria se manifestar quando provocada por denúncia formal envolvendo parlamentares em casos de quebra de decoro. A Corregedoria será rigorosa e tomará todas as providências necessárias assim que for formalmente provocada e estiver de posse de todas as informações a respeito do caso", diz nota da Corregedoria.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que vai pedir informações ao Ministério Público sobre o caso. "As imagens são fortes, mas só com as informações do MP poderá haver alguma decisão sobre os procedimentos que a Câmara vai adotar em relação ao caso", disse Maia.
MENSALÃO
O vídeo faz parte das imagens que relataram o esquema de coleta e distribuição de propinas que derrubou deputados distritais, o ex-governador José Roberto Arruda e secretários de governo em Brasília.
No vídeo, Jaqueline aparece com o marido com adesivos de campanha de 2006, quando saiu candidata e foi eleita deputada distrital. O marido abre a mochila e Durval Barbosa coloca maços com notas de R$ 50. Após a entrega do dinheiro, Jaqueline pede mais verba. "Você vê possibilidade de aumentar isso?", diz.
Durval então diz que ela deveria procurar empresas. "Tem cinco pessoas que disseram que iam me ajudar, mas até agora nada. O da CEB (Companhia Energética de Brasília) ficou de me ligar, mas nada", reclamou Jaqueline.
Procurada pela Folha, a assessoria da deputada afirmou que ela estava em viagem e não comentaria o caso.
O envolvimento de Jaqueline nos vídeos do mensalão do DEM abre um novo ciclo de investigações que surgiu após o racha entre o grupo de Arruda e Roriz. Durval e outros citados no caso eram aliados de Roriz que o deixaram para apoiar Arruda. O vídeo está sendo analisado pela Procuradoria Geral da República.
Na época do vídeo, Durval era chefe da Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central --segundo a CPI da Corrupção, esse era o principal canal de desvio de dinheiro durante a campanha que elegeu Arruda.
Quando o mensalão do DEM estourou, em novembro de 2009, Jaqueline se disse de oposição a Arruda e criticou os deputados que apareceram em vídeos recebendo dinheiro de empresas que tinham contratos com o governo do Distrito Federal.
Com informações da AGÊNCIA CÂMARA
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