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Kátia Abreu sai do DEM criticando oposição feita por partido
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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Em discurso na tribuna do Senado para anunciar sua saída do DEM e filiação ao PSD (Partido da Social Democracia), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) acusou nesta quarta-feira o Democratas de fazer oposição sistemática ao governo federal em temas que deveriam dar apoio.
Numa crítica aos oposicionistas, a senadora afirmou que cabe ao DEM e PSDB somente dizer "não" ao governo "como se fossem uma empresa de demolição".
"Não vejo que o momento reclame atitudes simplistas de se filiar ao sim ou ao não. Não há grandeza nisso. Perguntam-me se o PSD fará oposição ou se fará parte da base do governo. Não é assim tão banal. Se fosse, não seria preciso criá-lo", disse.
Ao afirmar que o seu "ciclo" no DEM chegou ao fim, a parlamentar disse que deixa a legenda se "rompimento, briga ou dissidência" --mas por não se sentir em sintonia com as lideranças do partido.
"A parceria que nos uniu chegou ao fim. Atuação partidária hoje tem concepção distinta da minha no que se refere não apenas à prática interna da democracia, mas à postura de independência em relação ao quadro presente da política brasileira."
Segundo a senadora, as alianças firmadas pelo ex-PFL (Partido da Frente Liberal) não abriram espaço para que o partido, que posteriormente se transformou no DEM, ocupasse a cena política.
"O máximo que propiciaram foi a divisão de cargos na máquina estatal. O ideário liberal, que tem na defesa da liberdade individual --e não apenas na defesa da economia de mercado o seu epicentro-- jamais esteve em primeiro plano. Esse tipo de parceria, movido apenas pela ocupação de espaços na máquina pública e não pela defesa de idéias, desfigurou doutrinariamente o quadro partidário."
Ao rebater críticas de que o novo partido vai servir a "propósitos pessoais", numa referência indireta ao prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP), Abreu disse que a legenda tem bandeiras definidas.
"Lideranças como Gilberto Kassab e Guilherme Afif Domingos [vice-governador de São Paulo] teriam meios bem mais cômodos de dar sequência a seus projetos pessoais de onde estão. Ocupam cargos de grande influência, têm luz própria e não precisam se expor a desafios desse porte."
Abreu discursou uma hora antes do senador Aécio Neves (PSDB-MG) fazer o seu discurso de estreia na tribuna da Casa para atacar os 100 dias de governo da presidente Dilma Rousseff.
O único parlamentar a comentar as palavras da senadora foi Blairo Maggi (PR-MT), que integra a bancada ruralista ao lado da ex-democrata.
"Desejo-lhe boa sorte no novo partido, e que ele possa ajudara construir e a conservar a democracia brasileira", afirmou Maggi.
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