Governador do Pará exonera irmão do presidente da Assembleia

Menos de dois meses depois de ter sido nomeado sem concurso pelo governo do Pará, José Carlos Antunes, irmão do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, foi exonerado pelo governador, Simão Jatene (PSDB).

Em março, a Folha noticiou que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) paraense viu indícios de nepotismo cruzado entre o governo estadual e os Poderes Judiciário e Legislativo. No início do mandato de Jatene, 450 pessoas foram contratadas sem concurso.

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A Casa Civil declarou que Antunes, irmão do deputado tucano Manoel Pioneiro, pediu para sair. A decisão foi publicada no "Diário Oficial" de anteontem.

Ele ocupava o cargo de "assessor especial 2". O salário para a função é de R$ 879,21, segundo o governo.

A Casa Civil não soube informar o que Antunes fazia. Afirmou apenas que ele trabalhava na Governadoria _que abrange o gabinete do governador, a Casa Civil, a Casa Militar e a Consultoria Geral do Estado.

O governo diz que as contratações são previstas em lei, que são necessárias para o funcionamento da administração e que representam apenas 0,0053% da folha de pagamento do Estado.

A assessoria de imprensa do deputado Manoel Pioneiro disse que, para ele, o irmão foi contratado por "méritos próprios".

Atualmente filiado ao PP, José Carlos Antunes foi eleito deputado estadual pelo PL nas eleições de 2002. Em 2004, integrou um grupo que se desligou do partido por não concordar com o acerto dos liberais com petistas para apoiar a candidatura de Ana Júlia Carepa (PT) à Prefeitura de Belém.

Procurado ontem pela Folha, ele não atendeu às ligações. Antunes disse na Assembleia que pediu exoneração porque não gostou de ver seu nome envolvido em suspeitas de nepotismo cruzado, segundo a assessoria do órgão.