Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/05/2011 - 19h28

Governo consegue barrar novas tentativas de convocar Palocci

Publicidade

DE BRASÍLIA

A oposição no Congresso voltou a enfrentar dificuldades nesta terça-feira para votar pedidos de convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil).

Enquanto no Senado o requerimento que pedia explicações ao ministro foi retirado da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, em duas comissões da Câmara (Orçamento e Fiscalização), deputados oposicionistas não conseguiram colocar cinco pedidos em votação. Como desde cedo o plenário da Casa foi aberto para o debate sobre o Código Florestal, as comissões não puderam funcionar normalmente.

PPS quer declaração de Dilma sobre caso Palocci
Caso Palocci afeta negociações do governo no Congresso
Lula defende Palocci em encontro com senadores

"Estou retirando [o requerimento] porque sei que, neste momento, o governo continua batendo pé para não permitir a vinda do ministro Palocci aqui. É uma questão estratégica, sim", disse a senadora Marinor Brito (Psol-PA), autora do requerimento.

Reportagem da Folha do último dia 15 mostrou que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010. Ele adquiriu dois imóveis pela empresa Projeto --um apartamento de luxo em São Paulo no valor de R$ 6,6 milhões e um escritório na mesma cidade por R$ 882 mil.

Na semana passada, os governistas já vinham agindo para blindar o ministro-chefe da Casa Civil, numa tentativa de evitar mais desgastes para o Palácio do Planalto.

Em outra frente, deputados e senadores oposicionistas tentam coletar assinaturas para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Os trabalhos começaram na manhã de hoje.

Em duas comissões da Câmara (Orçamento e Fiscalização), deputados oposicionistas não conseguiram colocar cinco pedidos em votação.

Parte da estratégia da oposição é entrar com requerimentos de convocação em todas as 20 comissões da Câmara. Na tarde de hoje, o PPS protocolou mais dois pedidos de convocação de Palocci --um deles na Comissão de Educação e Cultura e outro na Comissão de Segurança Pública.

MANOBRA

Na semana passada, os aliados de Dilma já haviam derrubado todas as tentativas da oposição de convocar o ministro na Câmara.

Irritados com a ação governista, os autores do pedido de convocação de Palocci (DEM, PSDB e Psol) no Senado criticaram o que chamam de 'operação abafa' conduzida pela presidente.

'Não sei se esse caminho [da blindagem] triunfará na sociedade e se dará condições do ministro continuar dirigindo e coordenando politicamente o governo', afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP).

Para tentar convencer o governo a aprovar o requerimento, a oposição também se mostrou disposta a não instalar CPI no Congresso para investigar a evolução patrimonial do ministro --que cresceu 20 vezes nos últimos quatro anos. O argumento, porém, não sensibilizou os governistas.

'A CPI perderia o sentido se o ministro comparecesse a esta Casa para fazer um explicação cabal das denúncias contra ele. Blindar o ministro nesta hora é prevaricação, é cumplicidade da presidente da República', disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Numa reação às críticas da oposição a Palocci, senadores governistas subiram o tom do debate.

Costa acusou a oposição de, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não ter afastado ministros suspeitos dos cargos --postura cobrada pelo DEM e PSDB agora para a presidente Dilma Rousseff.

"Em vários momentos, ministros do governo FHC ficaram sob suspeição, foram acusados, e nenhum momento o presidente FHC fez algum afastamento preventivo. Até porque o afastamento preventivo é muitas vezes uma forma de prejulgar."

Renan Calheiros afirmou que o objetivo da oposição é fragilizar o governo. "O que não podemos fazer é transformar essa comissão em palco político para que daqui saia disputa que objetiva desgastar governo que está no começo e está muito bem administrando o Brasil."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página