Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/06/2011 - 18h02

Central condena criminalização de movimentos após prisão de Rainha

Publicidade

DE SÃO PAULO

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Força Sindical condena a criminalização dos movimentos sociais com a prisão do líder sem-terra José Rainha Jr. na manhã de ontem.

"A Força Sindical tem a convicção de que denúncias precisam ser apuradas rigorosamente e os culpados têm de receber punição exemplar. Porém, não concorda com a posição de setores atrasados e conservadores que, usando de forma oportunista a prisão do dirigente, passaram a criminalizar e a pedir a punição dos movimentos sociais em geral, especialmente dos trabalhadores do campo que lutam pela reforma agrária."

A central classifica o fato como "a nova e a velha direita em orquestração contra a democracia, contra as aspirações legítimas dos movimentos sociais e contra as justas e oportunas reivindicações dos trabalhadores do campo e da cidade".

A Operação Desfalque da Polícia Federal prendeu também outras oito pessoas, incluindo uma servidora do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o irmão e advogado de Rainha, Roberto Rainha.

Foram expedidos dez mandados de prisão. Segundo a PF, 50 policiais participaram da operação, que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva --quando a pessoa é encaminhada para depoimento. Um servidor do Incra não chegou a ser preso, mas foi coagido a depor.

Os mandados foram cumpridos nas cidades de Andradina, Araçatuba, Euclides da Cunha Paulista, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Sandovalina, São Paulo e Teodoro Sampaio.

A investigação começou há cerca de 10 meses para apurar crimes de apropriação indébita e extorsão contra os assentados, além dos delitos de estelionato, peculato e formação de quadrilha.

De acordo com a PF, as denúncias apontam que o grupo utilizou associações civis, cooperativas e institutos para se apropriar ilegalmente de recursos públicos destinados a manutenção de assentados em áreas desapropriadas para reforma agrária.

A Folha não localizou os advogados de Rainha. A advogada de Roberto Rainha, Jeane Ambrósio, disse que irá definir a estratégia de defesa depois de ter acesso à investigação.

EXPULSO

Alan Marques - 19.jan.2002/Folhapress
Líder sem-terra José Rainha Jr. é preso acusado de desvio de verbas
Líder sem-terra José Rainha Jr. é preso acusado de desvio de verbas

Rainha tem passagens pela prisão por furto, formação de quadrilha, coautoria em dois homicídios e porte ilegal de arma, entre outros crimes. Ele foi expulso do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em 2004, mas continuou participando de ocupações utilizando a bandeira do movimento.

Em 2005, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o líder.

"E quero dizer para o Zé Rainha que, muitas vezes, Zé, as pessoas têm... Eu já vi gente com medo de ficar perto do Zé Rainha, porque o Zé Rainha é perseguido, de vez em quando é preso. E eu quero dizer aqui, como presidente da República, Zé, o seguinte: você não é um companheiro de primeira hora, você é um companheiro que eu conheço há muitos anos, há muitos e muitos anos. E eu sei que quando eu deixar de ser presidente da República, muitos que hoje são meus companheiros, não serão mais, mas você, certamente, continuará sendo meu companheiro."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página