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Vereador do PSDB de Campinas rebate críticas de Dirceu
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MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
Autor do pedido de impeachment contra o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), o vereador Artur Orsi (PSDB) divulgou neste fim de semana uma carta aberta para revidar as declarações do ex-ministro petista José Dirceu.
Na última sexta-feira (17), Dirceu atacou o Ministério Público de Campinas e "vereadores ligados ao governo tucano de São Paulo".
Na carta, Orsi chama Dirceu de "riquíssimo consultor de contratos milionários" e de "chefe de quadrilha", que teria saído em defesa "de outro chefe de quadrilha".
Segundo o vereador, "o que não falta" são provas e evidências que indiquem a existência de um esquema de corrupção na prefeitura.
"Mas a cartilha lulista, da qual o senhor [Dirceu] foi co-autor, não vai colar em nossa cidade. Aqui não, Senhor José Dirceu. Aqui não. Dobre sua língua ao falar do Ministério Público de São Paulo. Ele não é feito do mesmo barro que o senhor e seus amigos", diz a carta.
Orsi diz ainda que "não há espaço" em Campinas para "réu no processo do mensalão".
"Vá vender suas consultoriazinhas em outra freguesia! Porque aqui tem gente (...) que não compactua com crimes. Aqui, senhor José Dirceu, não é o seu lugar", disse o tucano.
POLÍTICA
Conforme o ex-ministro, existe orientação política na investigação de um suposto esquema de fraude em licitações na prefeitura da cidade, que envolve 22 denunciados, entre eles a ex-chefe de gabinete e primeira-dama, Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT). Os dois negam envolvimento no esquema.
No dia 10 de junho, a Polícia Civil e o Ministério Público conseguiram mandados de prisão preventiva --depois revogados-- para sete pessoas.
Em seu blog, Dirceu afirmou que se tratava de "mais um exemplo de uso político de investigações do Ministério Público de São Paulo".
Ao processo de cassação contra o prefeito que tramita na Câmara, Dirceu se referiu como "ameaças e chantagens políticas por parte de vereadores ligados ao governo tucano de São Paulo". O prefeito, contudo, não é citado na investigação do Ministério Público.
LULA
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também apontou --durante encontro do PT no sábado (18)-- viés político nas investigações que resultaram na denúncia contra integrantes da administração de Campinas.
Em seu discurso, Lula citou o vice-prefeito. "Não vamos esquecer: o vice de Campinas estava de férias com a mulher quando estamparam cartazes de procurado no aeroporto", afirmou Lula.
No dia 19 de maio, a Justiça determinou a prisão temporária de 20 suspeitos de participação no esquema, incluindo Vilagra. Ele só foi preso em 26 de maio, quando retornou da viagem de férias.
O vice-prefeito passou 22 horas na prisão e saiu após prestar esclarecimentos aos promotores sobre os R$ 60 mil encontrados em sua casa durante uma operação da Promotoria. Ainda segundo a acusação, dois empresários disseram ter oferecido R$ 20 mil ao vice em troca de fraude em licitações.
Conforme o advogado de Vilagra, o dinheiro encontrado em sua casa tinha origem na venda de automóveis e na retirada de parte do FGTS. O petista nega ter recebido propina de empresários. Houve oferta, segundo ele, mas se tratava de doação para pagamento de dívidas de campanha.
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