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Banco Rural chama parecer sobre mensalão de 'equívoco'
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DE SÃO PAULO
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o Banco Rural classifica como um "equívoco" o parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a condenação de 36 réus no processo do mensalão.
"A respeito das alegações finais apresentadas pela Procuradoria Geral da República no caso 'mensalão', o Banco Rural entende, e está tratando de demonstrá-lo na Justiça, que a manutenção das acusações contra quatro de seus executivos à época é um equívoco e não se sustenta."
Procurador-geral pede a condenação de 36 réus do mensalão
Gushiken deve ser absolvido, diz procurador
A nota diz ainda que o processo trata de duas questões de natureza muito distintas. "Uma diz respeito a práticas políticas. A outra, na qual se inserem as acusações contra executivos do Rural, refere-se a supostas irregularidades em práticas bancárias, questões de natureza técnica e periféricas no processo. A esse respeito, a acusação contesta, por exemplo, a veracidade de determinados empréstimos concedidos pelo Banco, os quais, no entanto, foram feitos de acordo com as práticas de mercado e as normas bancárias. A veracidade desses empréstimos já foi reconhecida, inclusive, em perícia oficial desse processo."
Folhapress |
No sentido horário: José Genoino, José Dirceu, Marcos Valério e Roberto Jefferson |
PENAS
Somadas, as penas máximas aos acusados poderiam chegar a 4,7 mil anos de prisão.
O parecer de 390 páginas, ao qual a Folha teve acesso, é a última peça a ser enviada por Gurgel antes do julgamento do caso, denunciado em 2006 por seu antecessor, Antonio Fernando Souza.
"O Ministério Público Federal está plenamente convencido de que as provas produzidas no curso da instrução, aliadas aos elementos obtidos no inquérito, comprovaram a existência do esquema de cooptação de apoio político descrito na denúncia", escreveu Gurgel.
Se o caso for julgado procedente e nenhum dos crimes prescrever, o publicitário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o esquema, poderá ser condenado a até 527 anos de prisão.
O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), chamado de "chefe da quadrilha", e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pegariam até 111 anos.
Mesmo que o STF opte pelas condenações máximas, a legislação limita o cumprimento de pena a 30 anos, além de estabelecer regras para que os condenados diminuam suas penas.
Os réus sempre negaram a existência do esquema.
Depois de mais de cinco anos de processo, em que foram realizados diversas perícias e tomadas centenas de depoimentos, o procurador-geral concluiu que ficou comprovada a existência do esquema criminoso, revelado pela Folha em 2005.
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