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01/08/2011 - 20h53

Centrais decidem boicotar lançamento da nova política industrial

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BRENO COSTA
NÁDIA GUERLENDA CABRAL
DE BRASÍLIA

As centrais sindicais decidiram boicotar o lançamento da nova política industrial do governo, marcado para a terça-feira (2). A presidente Dilma Rousseff vem determinando sigilo absoluto em relação a detalhes do plano, que servirá de incentivo às indústrias.

O sigilo não excluiu as centrais. Reunidas por cerca de três horas, no início da noite desta segunda-feira, com os ministros da área econômica do governo, as centrais sindicais, incluindo a CUT, mais próxima aliada do governo, foram informadas da linha geral do plano, mas saíram sem ter acesso a detalhes como percentuais ou setores específicos de desonerações.

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O principal ponto de atrito diz respeito à desoneração da folha de pagamento. O governo, segundo foi comunicado aos sindicalistas, decidiu incluir um projeto piloto de desoneração, em um setor específico. As centrais dizem que, há quatro meses, em reunião com Guido Mantega (Fazenda), ficou definido que seriam definidas quatro tarifas, específicas para determinados setores.

Depois disso, contudo, afirma o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, não houve novas mesas de negociação da área econômica com os representantes dos trabalhadores.

A CUT, por exemplo, defende que a desoneração seja acompanhada de contrapartidas ambientais, sociais e de emprego por parte das empresas beneficiadas.

"Apresentar proposta de que a desoneração da folha, sendo feita como projeto piloto, num determinado setor, sem dizer qual é, e nem qual é o valor da desoneração, para nós é um absurdo", afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique, após a reunião.

"Nos colocamos contrários a qualquer desoneração da folha sem qualquer discussão com os trabalhadores e com as centrais sindicais."

As centrais também reclamam que o plano não incluirá barreiras tarifárias ou fitossanitárias a produtos importados. Paulo Pereira chegou a entregar a Mantega, ao final da reunião, um tubo de alumínio usado pela indústria de cosméticos que simbolizaria a discrepância de preços entre produtos importados. O custo de produção é de R$ 36 o milheiro. Segundo ele, a China exporta a mesma quantidade para o Brasil a R$ 3,80.

"No final, ele passou o tubinho para o [Fernando] Pimentel [ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior] e disse que o problema é do Pimentel", disse o deputado.

 

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