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05/08/2011 - 20h15

Patriota saúda volta do 'talento extraordinário' de Amorim

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CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

O chanceler Antonio Patriota saudou a volta ao Executivo do "talento extraordinário" de Celso Amorim, num pronunciamento em que fez várias referências elogiosas ao seu antecessor no Itamaraty, que assumirá o comando da Defesa.

Patriota falou nesta sexta-feira na Academia Brasileira de Letras, no Rio, em sessão de homenagem a San Tiago Dantas (1911-1964), que foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda do governo João Goulart (1961-1964).

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Ele atribuiu a Amorim o resgate da Política Externa Independente da qual Dantas foi um dos principais formuladores. Essa política advogava para o Brasil uma atuação global e sem os alinhamentos automáticos da Guerra Fria, com "tratamento igualitário entre os Estados".

Em entrevista, o chanceler citou áreas afins ao Ministério da Defesa que Amorim já acompanhou de perto, antes de ser chanceler e durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva: as operações de paz da ONU, sobretudo a chefiada pelo Brasil no Haiti, e as negociações sobre desarmamento e não proliferação nuclear. Citou também a criação, no final de 2008, do Conselho de Defesa Sul-Americano, no âmbito da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

"Ele [Amorim] terá a oportunidade de, ao lado dos contrapartes sul-americanos, continuar a construção de um espaço de paz, democracia e cooperação na América do Sul."

Disse também que, à frente da Defesa, Amorim fortalecerá o "perfil internacional" do Brasil de "vetor internacional de paz e cooperação".

No discurso sobre San Tiago Dantas, Patriota disse que o chanceler de Goulart "antecipou a visão" de política externa e interna que os governos de Lula e Dilma Rousseff vieram a implementar.

"Ele era um defensor da democracia e da liberdade, mas sabia que as duas não são sustentáveis na ausência da repartição ampla dos benefícios da cidadania. Ele antecipou o elo entre paz, segurança e desenvolvimento defendido pelo Brasil agora no Conselho de Segurança."

O chanceler afirmou que, se Dantas estivesse vivo, seria um "entusiasta" da Unasul e do Mercosul, ficaria "infeliz" com a persistência da fome no mundo e "frustrado" com "intervenções recentes" sem autorização do Conselho de Segurança (referência à invasão do Iraque em 2003).

Lembrou também que, em 1962, sob o comando de Dantas, sob forte pressão americana para votar "sim", o Brasil se absteve na resolução que suspendeu Cuba da Organização dos Estados Americanos. Disse que ele ficaria frustrado pelo fato de a ilha não ter sido até hoje "plenamente integrada" ao convívio latino-americano.

"Havia no ideário de Dantas pontos que nos inspiram hoje, numa mistura de pragmatismo e realismo com idealismo", disse Patriota.

 

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