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Renan admite divergências no PMDB sobre relação com o governo
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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Em meio à rebelião de aliados da presidente Dilma Rousseff no Congresso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) admitiu nesta quinta-feira que há "divergências" dentro do PMDB sobre a relação do partido com o governo.
O líder do PMDB no Senado disse que há setores do partido com "insatisfações políticas", mas que trabalha para unir a sigla em torno do apoio à presidente Dilma Rousseff.
"Temos divergências no PMDB, estamos trabalhando para superá-las. As insatisfações existem, são políticas. Precisamos integrar mais a bancada. Não dá para conjugar o stress mundial na economia com uma crise interna", afirmou.
Setores do PMDB ficaram irritados com a Operação Voucher, da Polícia Federal, que desmontou um esquema de corrupção no Ministério do Turismo --chefiado pelo partido.
Alguns parlamentares acusaram a PF de ter sido usada politicamente para prejudicar o partido e colocar o PMDB no centro da crise política.
Renan disse que houve "excessos" na operação da PF. "Não podemos permitir que a Polícia Federal em seus excessos seja instrumentalizada politicamente. Claro que houve excessos e esses excessos acabam instrumentalizando a polícia", afirmou.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) subiu à tribuna do Senado para criticar o modelo de coalizão do governo que resultou em alianças com partidos aliados. Na opinião do peemedebista, o formato adotado pelo Executivo vem promovendo o "patrimonialismo e o aparelhamento partidário" de cargos de confiança da presidente Dilma Rousseff --o que resulta nas ações de corrupção.
"Se podemos tirar uma lição da atual crise política, essa lição é a de que o modelo de presidencialismo de coalizão que fundamenta nossa democracia está esgotado e abre brechas para o descaminho e para a falta de resultados na administração pública", afirmou.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também criticou as "nomeações políticas" do governo que tiveram início na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O grande erro cometido foi a organização desse ministério que está aí. As composições que fizeram foi no sentido de ter uma ampla base partidária. Nunca teve governo na história do Brasil com uma base tão grande quanto teve a Dilma. Mas a que preço?", questionou.
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