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Análise

Na estreia da TV, autopenitência de Marta se destaca

Bruno Poletti/Folhapress
Candidatos à Prefeitura de SP Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Luiza Erundina (PSOL), Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB)
Candidatos à Prefeitura de SP Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Luiza Erundina (PSOL), Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB)

No ritmo frenético de candidatos que se sucederam rapidamente no vídeo, consequência da nova lei eleitoral que reduziu os blocos de propaganda para 10 minutos, a autopenitência de Marta Suplicy (PMDB) se destacou.

A ex-prefeita usou 59 de seus 123 segundos (ou 47%) para mostrar todo o seu arrependimento, pelas taxas que criou, por ter soltado um "relaxa e goza" aos passageiros durante o caos aéreo e por ter uma personalidade um tanto "intolerante".

Ela sabe que tem a rejeição como um ponto fraco (32%, segundo o Datafolha ) e precisa trabalhar nisso.

Mesmo em tão exíguo tempo, mencionou a palavra "erro" seis vezes (além de "tropeço" uma) e pediu desculpas três. Fazer o eleitor sentir pena de Marta é uma tarefa hercúlea, mas os marqueteiros da ex-petista claramente acham possível.

Não foi o único exemplo de "coitadismo" do programa. João Doria, empresário milionário cuja imagem de almofadinha está mais grudada a si que um suéter de cashmere, investiu pesado, na estreia, em um lado menos conhecido de sua biografia.

"O pequeno João" foi obrigado a deixar o país com o pai exilado, retornou ao Brasil em dificuldades financeiras e viu a mãe não ter dinheiro para pagar uma conta de luz e recorrer a uma vizinha para usar a geladeira.

Haddad, se não chegou a se desculpar ou inspirar pena, também pediu compreensão. Sua má avaliação (49% de rejeição), aparentemente, seria culpa da crise econômica –legado de seu partido, aliás–, que não deu a ele condições de fazer tudo o que queria. "Mas apesar dessa crise, entregamos muita coisa", assegurou, antes de elencar suas obras.

Culpou também sua decisão de não gastar em publicidade, espertamente tentando parecer vítima do próprio altruísmo.

O único a destoar foi o líder disparado na corrida, Celso Russomanno (PRB), que, falando rápido para aproveitar o pouco tempo, começou com um inusitado "boa tarde para o bebê que acaba de nascer na cidade" e prosseguiu desancando a situação da saúde, área mais mal avaliada pelos eleitores.

Os demais candidatos tiveram que praticar um "se vira nos 10 (segundos)", ou até menos. Num piscar de olhos, passaram por ali, entre outros, o eterno Levy Fidelix (PRTB), o democrata-cristão João Bico (onde está Eymael?) e a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), que recorreu ao meme de John Travolta confuso para criticar o fato de ter sido excluída do primeiro debate da TV.

Foi a sacada da tarde. Enéas ficaria orgulhoso.

Marta Suplicy (PMDB):

Propaganda do horário eleitoral da Marta

João Doria (PSDB):

Propaganda do horário eleitoral do Doria

Fernando Haddad (PT):

Propaganda do horário eleitoral do Haddad

Celso Russomanno (PRB):

Propaganda do horário eleitoral do Russomanno

Luiza Erundina (PSOL):

Propaganda do horário eleitoral da Erundina

Nanicos:

Propaganda do horário eleitoral dos nanicos

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