Publicidade
Publicidade
Publicidade

Promessômetro: cartão com chip esbarra em dificuldade orçamentária, diz especialista

Luiz Carlos Murauskas e Bruno Santos/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 17-08-2016 10h46: * Celso come um pedaco de melancia e simula a venda de um pedaco a sua auxiliar . O candidato Celso Russomanno (PRB) visita as 10h a Feira Livre Capao Redondo - Rua Paulino Vital de Moraes. Obs; Capao Redondo, reduto do P >>> São Paulo, SP , BRASIL, 19-08-2016: ELEIÇÕES 2016 - A candidata a prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PMDB) em almoço no SECOVI SP
Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) prometeram cartão com chip

A promessa de fornecer um cartão com chip para os pacientes da saúde municipal pode não sair do papel. A medida foi proposta tanto pelo deputado federal Celso Russomanno (PRB) quanto pela senadora Marta Suplicy (PMDB), candidatos à Prefeitura de São Paulo. O cartão salvaria o prontuário e os exames do usuário, evitando a repetição desnecessária de procedimentos.

O alto custo para desenvolver a tecnologia, entretanto, pode impedir sua aplicabilidade. "Há mais de dez anos a ideia é ter um chip no cartão SUS. O problema é a tecnologia, que é caríssima", afirma dr. Oswaldo Tanaka, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Segundo Tanaka, o cartão exigiria um sistema de informática "muito bem preparado" e toda unidade de saúde da cidade precisaria de um aparelho para ler o chip. "É uma medida de altíssimo custo. Não sei se a curto prazo, nesse processo recessivo, teríamos condição."

ALTA DIFICULDADE

Russomanno também sugeriu inserir impressão digital e reconhecimento de face para combater fraudes nas unidades de saúde, mantendo o profissional no local de trabalho. Para Tanaka, a medida é "frágil".

"O problema não é o controle. Mesmo que pague R$ 10 mil para trabalhar todo dia na Cidade Tiradentes, não é atrativo. As medidas são aparentemente lógicas, mas o problema de não ter medico é não ter condição de trabalho."

Outra proposta de Marta Suplicy é, em 30 dias, equipar todos os postos de saúde com remédios. Para Tanaka, o custo de distribuição é "enorme" e "demora porque tem que contratar transportadora". "Ainda tem que levantar o estoque de toda unidade, saber se o remédio está na validade, ver se tem no estoque central, e aí distribuir. Se não tiver no estoque, não consegue entregar em 30 dias porque tem que fazer licitação", diz.

"Acho muito arriscado dizer que em 30 dias consegue fazer isso. Com um bom planejamento, em três meses talvez consiga."

Marta também prometeu contratar 2.000 médicos. "Ou faz concurso público ou contrata mais caro via OS [organização social]. Com a falta de recursos que a gente tem, não sei de onde ela vai tirar esse dinheiro. Acabou o dinheiro na saúde", afirma Tanaka.

A senadora ainda garantiu que voltará com o Programa Saúde da Família, voltado à atenção básica. "Sempre teve, mas parou de expandir porque custa muito caro. A maioria de todas as equipes estão contratadas por OS e estão custando caro. Para mim, é jogo de campanha", diz o professor.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade