PT intensifica agenda de Chalita para alavancar campanha de Haddad
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Lula participa de plenária de Haddad e Chalita em Guaianases |
A um mês do primeiro turno das eleições municipais, a coordenação da campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), que disputa a reeleição em São Paulo, decidiu intensificar as agendas do vice do petista, Gabriel Chalita (PDT).
A partir deste domingo (4), o pedetista passa a fazer mais eventos separados do companheiro de chapa. O primeiro deles será em São Miguel Paulista, na zona leste da cidade.
A ideia da coordenação petista é conseguir usar este curto período de campanha para reduzir a rejeição do prefeito e recuperar o eleitorado da periferia da cidade, que tradicionalmente vota no PT, mas tem migrado para a senadora Marta Suplicy (PMDB).
A última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 26, mostrou que Haddad tem a rejeição mais alta, de 49% do eleitorado, entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo.
O PT quer aproveitar principalmente o bom trânsito de Chalita entre educadores e também na igreja para fazer com que Haddad melhore seu desempenho na disputa.
De acordo com o Datafolha, o prefeito aparece em terceiro lugar, com 8% das intenções de votos, empatado dentro da margem de erro de três pontos percentuais com a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), com 10%, e o empresário João Doria (PSDB), com 5%.
Na avaliação da campanha petista, Chalita, que disputou a eleição de 2012 e terminou em quarto lugar pode "abraçar" as agendas nas quais Haddad não possa comparecer em razão dos compromissos na prefeitura.
Parte dos petistas, no entanto, acredita que Chalita pouco agrega. A avaliação é de que, em razão de ter perfil parecido com o de Haddad, o vice acaba conquistando um eleitorado jovem e de classe média que, em tese, já está com o prefeito.
COMPLIANCE
Haddad anunciará nesta sexta (2), no diretório municipal do PT, o comitê de compliance (transparência) de sua campanha.
Na composição do grupo, além do próprio prefeito, estão os petistas Paulo Fiorilo e Paulo Teixeira, coordenador e tesoureiro da campanha, respectivamente, e três integrantes que não são filiados ao partido: o advogado Ernesto Tzirulnik, presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro, o economista Guilherme Mello, professor da Unicamp, e Gabriela Lotta, professora de Políticas Públicas da UFABC (Universidade Federal do ABC).
A preocupação do PT, que teve tesoureiros de campanha presos pela Lava Jato, é dar transparência à movimentação financeira da campanha.
Com acesso aos cadastros de fornecedores e colaboradores, o comitê de compliance terá, segundo a coordenação da campanha, autonomia para impor, por exemplo, restrições a contratos.