Base aliada de Haddad evapora no fim do mandato
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Fernando Haddad em debate na televisão |
A pouco mais de quatro meses do fim de seu mandato, o prefeito Fernando Haddad (PT) viu sua base aliada esfarelar diante da disputa eleitoral em que figura como candidato à reeleição.
No novo cenário, pelo menos 35 dos 55 vereadores estão em partidos coligados a seus adversários na disputa.
Migraram para o lado da oposição partidos que compuseram a base durante o mandato todo: DEM, PSB, PTB, PSD, PHS, PP, e PRB.
Antes desse esfacelamento ocorrer, porém, Haddad conseguiu ver aprovados os projetos mais importantes: reajuste de IPTU, Plano Diretor, Lei de Zoneamento, Código de Obras —os três últimos influenciarão na expansão da cidade para os próximos anos.
Na reta final, o prefeito ainda conseguiu aprovar o Arco Tietê, focado em intervenções de mobilidade urbana na zona norte da cidade.
O DEM, chefiado pelo vereador Milton Leite, tinha dois representantes. Com a eleição, o partido ganhou mais três integrantes e apoia a candidatura de João Doria (PSDB).
O PSD de Gilberto Kassab, que votou favoravelmente à maioria dos projetos da prefeitura perdeu dois vereadores ao longo do mandato, mas ganhou um –que vem a ser o candidato a vice de Marta Suplicy (PMDB), o ex-tucano Andrea Matarazzo.
O mesmo PMDB foi fiel a Haddad todo o mandato, comandando três secretarias –Assistência Social, Segurança Urbana e Pessoa com Deficiência. A legenda saiu do grupo de apoio tão logo Michel Temer rompeu com a ex-presidente Dilma Rousseff e abriu caminho para o processo de impeachment.
Outras baixas são os vereadores do PRB, partido do líder nas pesquisas na corrida pela prefeitura, Celso Russomanno.
CARGOS
Haddad vinha usando as subprefeituras para alocar aliados e assegurar resultados importantes nas votações. Em 2014, por exemplo, a subprefeitura da Lapa (zona oeste da cidade) chegou a ter quatro titulares.
Assim que viu seus aliados sumirem, Haddad retirou os cargos nas regionais. O PMDB perdeu pelo menos três subprefeituras e cargos na Secretaria de Assistência Social.
O líder de Fernando Haddad na Câmara, Arselino Tatto (PT), reconhece que a ruptura em decorrência do processo eleitoral dificultou acordos de votação.
"Tem dia aqui que a gente não consegue achar vereador para votar. Eles não querem que haja quórum para votação, e acho isso esperado e natural nesse período de campanha ", afirmou.
Segundo ele, no entanto, todos os projetos importantes mandados por Haddad foram todos votados.