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Russomanno diz que sua candidatura 'naufragaria' se opinasse sobre reforma trabalhista

Aloisio Mauricio - 06.set.2016/Fotoarena/Ag.OGlobo
São Paulo (SP), 06/09/2016 - Celso Russomanno, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRB, em campanha. Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena / Ag. O Globo ORG XMIT: 1200497 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Celso Russomanno, deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRB, em campanha

O candidato a prefeito de São Paulo, deputado federal Celso Russomanno (PRB), afirmou nesta quarta-feira (14) que não daria sua opinião sobre a reforma trabalhista porque sua candidatura poderia "naufragar". Ele também prometeu reduzir o ISS e o IPTU.

A pergunta foi feita pelo presidente da rede Petz, Sergio Zimmerman, sobre o limite de trabalho de 12 horas diárias proposto pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).

Russomanno inicialmente foi vago sobre a questão trabalhista. "Eu vou ser sincero. Eu não vou responder sua pergunta agora porque sou candidato a prefeito de São Paulo", disse. "Eu ia gerar uma polêmica tão grande que a minha candidatura ia naufragar".

Questionado novamente por jornalistas, ele afirmou se tratarem de questões "pontuais". "Existem questões pontuais que são delicadas e não dizem respeito à cidade de São Paulo".

Russomanno vinha sendo poupado de críticas, pois os rivais acreditavam que ele já havia assegurado o lugar no segundo turno. Com a queda registrada na última pesquisa Datafolha, em que a preferência pelo candidato do PRB passou de 31% para 26%, ele passou a ser alvo.

Fernando Haddad (PT) usou o horário eleitoral para acusar Russomanno, Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB), em peça que diz que os três "estão ao lado do governo Temer, que defende muitos retrocessos nos direitos trabalhistas".

Marta também fez crítica velada a Russomanno, que foi favorável na Câmara à medida provisória 665, que endureceu o acesso do trabalhador demitido sem justa causa ao seguro-desemprego. "Votei sempre a favor do trabalhador, ao contrário do outro candidato", disse ela, que foi contra a mudança no Senado.

Oficialmente, Russomanno afirma que menor tempo de TV motivou a queda dele nas pesquisas. No entanto, nos bastidores atribui-se às declarações do candidato desfavoráveis ao Uber.

IMPOSTOS

As declarações foram dadas nesta quarta para uma plateia de empresários da área de shoppings, em almoço em congresso do setor. A eles, prometeu redução de impostos como ISS e IPTU e isenções fiscais.

"A gente quer baixar o ISS e estimular o empreendedorismo", disse. Ele criticou os critérios de cobrança de IPTU para os shoppings.

Russomanno, no entanto, não deu detalhes sobre as reduções. Segundo o candidato, esses pontos serão incluídos no programa de governo.

Questionado sobre a possível queda na arrecadação que a diminuição dos impostos geraria, ele disse que as mudanças seriam feitas de forma " escalonada".

REFORMA TRABALHISTA

A reforma proposta pelo governo Temer propõe a contratação por horas trabalhadas ou por produtividade (serviço específico), permitindo ao funcionário ter vínculos empregatícios com mais de uma empresa.

O governo também acenou com a possibilidade de o trabalhador cumprir jornada de até 12 horas por dia –principal questão a levantar críticas à proposta–, mantendo o limite semanal de 48 horas (44 horas normais mais 4 horas extras).

Na prática, a carga horária semanal se manteria, já que um funcionário que trabalhasse mais horas em determinado dia compensaria trabalhando menos nos outros dias.

A polêmica, aumentada pela declaração do ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira de que a carga horária poderia chegar a 12 horas diárias, irritou Michel Temer. O presidente subiu o tom sobre o assunto e explicou que a carga horária seria apenas para as categorias que aceitassem em convenção e com dias de folgas estabelecidos.

"É desagradável imaginar que nós somos um governo cidadão que, com o perdão da palavra, tão estupidificado, tão idiota que chega ao poder para restringir os direitos dos trabalhadores, para acabar com saúde, para acabar com educação", declarou Temer em evento no Palácio do Planalto na manhã desta terça (14).

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