Prefeito preso após voto por impeachment é considerado foragido pela Justiça
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O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), e a mulher Raquel, deputada federal pelo PSD |
Cinco meses após ter sido preso preventivamente pela Polícia Federal, o prefeito afastado de Montes Claros (norte de Minas Gerais), Ruy Muniz (PSB), é considerado foragido pela Justiça do Estado.
Ele havia sido solto em julho e é candidato à reeleição, mas teve um novo mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais a pedido da Polícia Civil do Estado. A corporação deflagrou nesta quarta (14) e quinta (15) a operação Tolerância Zero, que apura suposta fraude na compra de combustível pela prefeitura da cidade.
Muniz ficou conhecido nacionalmente por ter sido preso um dia depois de sua mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PSD), ter votado pela abertura de processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
Em seu voto, ela disse que tomava aquela decisão "para dizer que o Brasil tem jeito" e que "o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".
O nome da operação faz referência a uma das marcas da gestão Muniz em Montes Claros, cujo slogan era "Tolerância Zero Contra a Corrupção".
Foram presos um secretário e o diretor de uma empresa ligada à prefeitura. Além do prefeito, seu filho, Ruy Gabriel Muniz, também é considerado foragido.
A delegada responsável pelo caso, Karen de Paula Lopes, diz que as investigações apuram desde 2013 o desvio de recursos públicos da cidade com a utilização de contratos de fornecimento de combustível.
Além das prisões, houve mandados de busca e apreensão, inclusive na residência de Muniz.
Procurada, a prefeitura de Montes Claros diz que não foi notificada do caso. A defesa de Ruy Muniz foi procurada, mas ainda não se manifestou.
PRISÃO ANTERIOR
Segundo a Polícia Federal, a prisão anterior do prefeito foi feita porque ele é suspeito de inviabilizar a existência e o funcionamento de hospitais públicos e filantrópicos que atendem pelo SUS ao deixar de prestar serviços pela rede municipal.
O objetivo, segundo a apuração, seria favorecer um hospital privado que pertenceria aos seus familiares e ao grupo econômico deles. Muniz tem negado as acusações.