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Eleições 2016

Ex-braço direito de Dilma disputa eleição contra ex-mulher

11.set.2016 - Divulgação
Candidato Edinho Silva (PT) faz caminhada para apresentação de propostas em Araraquara
Candidato Edinho Silva (PT) faz caminhada para apresentação de propostas em Araraquara

Quinta (15), 13h36. Enquanto o ex-presidente Lula fazia pronunciamento em São Paulo sobre as denúncias contra ele na Lava Jato, um ex-ministro petista, também citado na operação, conversava, a 273 km dali, com internautas em sua campanha à prefeitura.

Um dos homens fortes da segunda gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, Edinho Silva, ex-ministro da Comunicação Social, tenta retornar à Prefeitura de Araraquara oito anos após tê-la deixado. Com campanha modesta em relação às anteriores e citando dificuldades de arrecadação, ele tem como um dos adversários na eleição sua ex-mulher Edna Martins (PSDB).

Em uma sala na sede do PT de Araraquara, com paredes adornadas por fotos de Edinho com Lula —segurando a camisa da Ferroviária, time da cidade— e a imagem oficial de Dilma, o petista respondia a usuários de uma rede social imediatamente após o término do programa eleitoral da coligação na TV.

Entre os assuntos tratados com a participação de 800 pessoas, nada de questões nacionais, que o petista confirma serem prejudiciais à sua campanha, e sim guarda municipal, melhorias no setor de água e esgoto, dívida da prefeitura, mototaxistas e escolinhas de esportes.

O vermelho abriu espaço na campanha para cores como azul, verde, roxo e branco. Seus adversários, por sua vez, exploraram os problemas que envolvem o PT e a Lava Jato.

Diferentemente de disputas anteriores, a equipe de Edinho é enxuta: duas pessoas acompanham a interação com os internautas, numa campanha feita por cerca de dez integrantes, no total.

"Já tinha decidido ser candidato em novembro. Voltar para Araraquara não significa voltar para trás", disse.

Embora lidere com folga as pesquisas, com 46% das intenções de voto segundo o Ibope, o petista disse que a atual é a pior das eleições que já disputou. "O ambiente político do país reflete muito aqui. Muitas vezes me sinto muito injustiçado. Tenho mãe, tenho filhos, que frequentam espaços da cidade, é muito difícil. O nível da campanha que jogaram aqui é difícil." Edna tem 12%, seguida por Aluísio Boi (PMDB) com 10%

FILHO DIVIDIDO

Edinho e Edna se conheceram na adolescência, namoraram e ficaram casados até o início da década passada.

Em 2008, quando ainda estava no PT, ela foi candidata à Prefeitura, apoiada por Edinho, que encerrava seu segundo mandato, mas foi derrotada por Marcelo Barbieri (PMDB), que termina sua segunda gestão.

Do casamento, nasceu um filho, hoje com 27 anos. Em quem ele votará? "Falei para ele ficar onde trabalha [Curitiba] e não votar, não tem o menor sentido. Esse constrangimento ele não terá", disse Edinho, que afirmou manter relação de cordialidade com a ex-mulher.

Para Edna, não haverá conflito familiar. "Ele é bastante resolvido com a situação. Tem título eleitoral de Araraquara, mas não vai votar."

Embora atrás nas pesquisas —que questiona—, a tucana afirmou que a campanha na rua, olho a olho, pode fazer a diferença nas semanas finais. "Temos falado com a população sobre propostas, todos os dias, nas ruas. Assim vamos reverter", afirmou ela, que considera os problemas na saúde os mais imediatos.

Os adversários têm tentado desconstruir a imagem do petista, dizendo que ele governou a cidade (2001-8) quando o país ia bem economicamente, o que não ocorre hoje. João Farias (PRB), ex-secretário de Edinho na prefeitura, tem sido o mais crítico.

O candidato do PRB é o que mais conseguiu recursos até aqui, com R$ 294 mil, dos quais R$ 292,5 mil do diretório nacional. Edna arrecadou R$ 105 mil, enquanto Edinho obteve R$ 77 mil, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.

"Retornei ao padrão de 2000 [primeira eleição]", disse o petista. Ele diz que tentou por duas vezes organizar um jantar para ampliar a receita, mas não conseguiu vender os convites, a R$ 1.000 cada.

LAVA JATO

Edinho Silva foi acusado pelo empresário Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, de pedir dinheiro para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, em troca de manter contratos com a Petrobras. O candidato, que foi tesoureiro na campanha, nega as irregularidades.

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