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Bolsonaro testa sua 'marca' com filho na disputa do Rio de Janeiro

Alan Marques - 24.jun.2005/Folhapress
Flavio e Jair Bolsonaro ao lado do militar Licio Augusto Ribeiro no plenario da Camara em 2005
Flavio e Jair Bolsonaro ao lado do militar Licio Augusto Ribeiro no plenario da Camara em 2005

O primeiro teste da "marca Bolsonaro" numa eleição majoritária foi marcada até agora por gafes, polêmica e tendência de queda nas pesquisas.

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC) disputa a Prefeitura do Rio numa espécie de prévia da eventual candidatura do pai, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), à Presidência.

Com estilo semelhante ao do pai, Flávio protagonizou nos dois primeiros debates cenas que fizeram sucesso nas redes sociais.

No primeiro, quase desmaiou após uma queda na pressão em razão de uma intoxicação alimentar. No segundo, ele atacou o candidato Marcelo Freixo (PSOL) afirmando que os vereadores de seu partido iriam instituir a "bolsa larica", por defenderem a liberação das drogas.

No encontro, disse que o Rio tem "160 municípios", em vez de bairros, e buscou mostrar retidão relatando ter recebido "apenas" uma oferta de propina na vida pública "para nunca mais", sem indicar o suposto corruptor.

"Eu não posso ser leviano de acusar a pessoa sem ter prova para sustentar uma ação judicial contra mim", afirmou ele.

CANDIDATURA

Jair acompanha de perto algumas agendas do filho. Inicialmente era contra colocar o sobrenome numa disputa majoritária antes de 2018. O deputado federal temia ataques que pudessem inviabilizar a candidatura à Presidência.

A candidatura foi estimulada por pastor Everaldo (PSC). O partido aposta no nome forte para puxar o voto de legenda e aumentar o número de vereadores.

"No início ele estava meio contra. Mas depois ele viu a importância de a gente testar o nome já em 2016. A marca Bolsonaro tem muita coisa que leva o eleitor a votar na gente", afirmou o candidato.

Bolsonaro foi o que mais oscilou negativamente nas últimas pesquisas de intenção de voto, indo de 9% para 6% no Datafolha. Ainda está em empate técnico com Freixo, que tem 11%.

Assim como o pai, Flávio já defendeu no passado a ditadura militar e afirmou que "o normal é ser heterossexual". Na eleição, diz que não busca "separar a população entre brancos e negros ou héteros ou homossexuais".

Na semana passada, ele ameaçou processar internautas –ou "meia dúzia de vagabundos", como disse– que compartilhavam uma foto antiga sua ao lado do coronel Pedro Chavarry, flagrado com uma criança de dois anos nua dentro do carro.

"Uma coisa é discordar de mim ideologicamente, outra coisa é espalhar essa mentirada, canalhice com a minha imagem. Tiro foto com milhares de pessoas durante a semana e não sei com quem estou tirando foto. Por acaso conheci esse coronel e jamais esperava que ele fosse fazer isso", disse ele, em vídeo em seu perfil no Facebook.

O estilo da família colou em sua imagem. Segundo o Datafolha, 28% dos eleitores o identificam como o mais autoritário entre os candidatos.

"Me recuso a fazer o jogo que infelizmente tem sido vitorioso, o da mentira. Não estou para agradar ninguém. Se quiserem acreditar nas mentiras, votem nos outros."

O candidato do PSC diz ter recusado doações de pessoas físicas. Afirma não querer "o dinheiro do carioca para dar o exemplo de que é possível fazer política de uma forma diferente".

Toda sua receita é do fundo partidário. Mas ele diz não ter posição fechada sobre o financiamento público de campanha. "Estou trabalhando com o que a lei garante. Temos que ir amadurecendo. Não sei qual o modelo de campanha ideal", afirmou.

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