Em debate, candidatos prometem tecnologia e ensino integral em escolas
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de debate na TV Gazeta neste domingo (18) |
As promessas feitas por candidatos à Prefeitura de São Paulo durante o debate da TV Gazeta, neste domingo (18), se concentraram principalmente nas áreas de educação e saúde. Embora factíveis, especialistas apontam que várias ainda precisam de mais estudos e detalhamentos antes da implementação.
João Doria (PSDB), por exemplo, prometeu levar tecnologias como tablets, lousas digitais e internet wi-fi às escolas do sistema municipal.
Para Fernando Luiz Abrucio, coordenador do doutorado em Administração Pública da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), o ideal seria testar as medidas aos poucos.
"Os custos iniciais para fazer isso são altos, então é melhor começar com projetos-pilotos, testar a efetividade e então expandir para mais escolas", avalia. Além disso, ele afirma que a tecnologia sozinha não garante melhora na educação. "A ideia só tem efeito se implementada com um método pedagógico claro", diz.
Já a candidata Marta Suplicy (PMDB) afirmou que oferecerá ensino integral para todas as crianças do ensino fundamental da cidade.
Para Abrucio, é difícil fazer essa promessa agora, pois sua viabilidade dependerá de fatores alheios ao controle do futuro prefeito, como a situação econômica do país.
"É possível aumentar a disponibilidade do ensino integral, sim. Mas há uma indeterminação sobre como vai se comportar a economia nos últimos dois anos do mandato", afirma.
MÉDICOS EM SP
Na área da saúde Celso Russomanno (PRB) tem como uma de suas bandeiras informatizar a gestão e promete economizar até 30% do orçamento da pasta com a medida.
Alexandre Chiavegatto Filho, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, acha que a meta é factível, e aponta que o processo já está em andamento.
"Informatização é possível e está avançando. A implementação é relativamente fácil comparada a outros planos, e o ganho é muito maior do que qualquer outro", diz.
Já Marta prometeu melhorar o atendimento na cidade contratando 2.000 médicos de saúde da família. Segundo Ana Maria Malik, coordenadora do Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da FGV, mais do que contratar, é necessário conseguir atrair médicos para áreas carentes na periferia, o que, diz, a ex-prefeita não conseguiu fazer durante sua gestão.
Durante o debate, Russomanno ainda prometeu criar postos de emprego na periferia atraindo, por exemplo, shopping centers para os extremos da cidade.
Para Juliano Seabra, diretor da Endeavor, a iniciativa é boa, mas a prefeitura tem relativamente pouca influência sobre grandes empreendimentos. Segundo ele, o futuro prefeito faria melhor se concentrando em diminuir a burocracia para pequenos negócios de bairro.