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Candidatos governistas patinam nas disputas no interior de São Paulo

Edson Silva - 1.nov.2013/Folhapress
SAO CARLOS, SP, BRASIL, 01-11-2013: Entrevista com o prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB) em seu gabinete na prefeitura de São Carlos. ( Foto: Edson Silva/Folhapress) ***REGIONAIS***EXCLUSIVO***
O prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB), que tenta reeleição

A disputa eleitoral no interior de São Paulo mostra um cenário apertado para prefeitos que tentam a reeleição ou para candidatos apoiados pelos atuais governantes.

À exceção de Jonas Donizette (PSB), que hoje seria reeleito no primeiro turno em Campinas, em outras cinco localidades os candidatos governistas têm oscilado nas pesquisas e, em alguns casos, teriam pequenas chances de disputarem o segundo turno.

É o que aponta levantamento feito pela Folha a partir das pesquisas Ibope divulgadas na última semana em Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba, São Carlos e Araraquara.

Prefeitos que concorrem à reeleição, Paulo Altomani (PSDB), de São Carlos, e Carlinhos Almeida (PT), de São José dos Campos, vivem situações diferentes, embora ambas desconfortáveis.

Líder na primeira pesquisa, divulgada em 25 de agosto, com 26%, Carlinhos viu suas intenções de voto oscilarem para 23% na última semana. No mesmo intervalo, Felício Ramuth (PSDB), que tinha 16% em agosto, alcançou 35% na pesquisa do dia 15 deste mês. Além disso, o petista empata tecnicamente com Shakespeare (PRB), citado por 21% dos entrevistados.

Já em São Carlos, que não tem possibilidade de segundo turno por ter menos de 200 mil eleitores, o prefeito Altomani, com 10%, está em empate técnico com outros quatro candidatos, e vê Airton Garcia (PSB) distante na liderança (49%). O tucano disputa neste ano sua sétima eleição seguida à prefeitura –só saiu vitorioso na última delas.

Já no segundo mandato, Dárcy Vera (PSD), de Ribeirão, e Marcelo Barbieri (PMDB), de Araraquara, apoiam candidatos que têm patinado nas pesquisas.

Rodrigo Camargo (PTB), coligado com o partido da prefeita, tem 2% das intenções de voto em sua primeira candidatura, enquanto Aluisio Boi (PMDB), com 10%, está empatado com outros candidatos em Araraquara. No município, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva (PT) atingiu 46% no último levantamento.

"Isso é reflexo da desilusão do eleitor com a classe política", diz Jorge Sanchez, conselheiro da Amarribo Brasil, organização fundada em Ribeirão Bonito (SP) que acompanha gastos públicos e foi responsável pela cassação de dois prefeitos da cidade.

"A eleição terá um impacto grande, não só pelos casos de corrupção, mas porque o eleitor está cansado da velha política, feita de conchavos e troca de favores. Isso não significa que uma mudança acabe com os problemas", afirma.

Para o cientista político Maximiliano Martin Vicente, da Unesp Bauru, o cenário ocorre devido a uma conjunção de fatores, que vai da crise econômica –que escancarou os problemas nas cidades– ao reflexo de investigações como a da Lava Jato, que atingem partidos dos mais variados espectros políticos.

"A população está descobrindo que muitas partes da vida dela dependem do município, como IPTU, água, esgoto e transporte. E as pessoas passam a ser muito críticas com a administração, seja ela qual for. Se a isso você acrescenta o processo do impeachment, além da crise, as pessoas passam a não acreditar no que está aí", disse.

Apesar de poder tentar a reeleição, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), de Sorocaba, desistiu da disputa e o partido lançou João Leandro, que atingiu 9% na pesquisa. A disputa na cidade é liderada por Crespo (DEM), com 40%.

EXCEÇÃO

Nesse universo de dificuldades para prefeitos ou candidatos ligados ao governo, Campinas vive, neste momento, uma situação à parte.

O atual prefeito, Jonas Donizette, atingiu 49% das intenções de voto, conforme pesquisa divulgada na última sexta (16), à frente de Dr. Hélio (PDT), com 12%, e Marcio Pochmann (PT), com 10%.

A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Se forem analisados somente os votos válidos –excetuando-se os entrevistados que indicaram anular o voto ou votar em branco–, Donizette atinge 59% e venceria hoje no primeiro turno.

Eleições no interior

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