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Fla x Flu: leia opiniões contra e a favor da privatização do Pacaembu, Autódromo e Anhembi

Julia Chequer - 26.abr.13/Folhapress
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu

Um dos temas que dividem os eleitores em São Paulo e a possibilidade de privatizar aparelhos públicos como o Estádio do Pacaembu, o Autódromo de Interlagos e o Complexo do Annhembi. Confira opiniões de especialistas contrários e favoráveis à concessão do patrimônio para a iniciativa privada.

ACHO BOM

A prefeitura tem entre suas atribuições principais a saúde, a educação, a criação e administração de creches, a mobilidade social e a segurança (Guarda Municipal).

Não tem especialização em administração privada e, para fazê-la, precisa aumentar sua estrutura, seus gastos e impostos para a população.

Deveria, portanto, focar em realizar a administração pública com alta qualidade. Espaços privados podem ser administrados pela iniciativa privada.

Sobre a questão dos preços, vejo a situação como justa, porque só pagarão pelos serviços (de um autódromo, um estádio como o Pacaembu etc.) aqueles que forem usufruir deles.

Só paga quem usa. Isso reduzirá impostos para todos. Por que a cidade toda precisa pagar impostos para manutenção pública de um autódromo do qual poucos usufruem? Sai caro para toda população.

As rodovias concedidas são um bom exemplo. À época das concessões, muito se falou sobre a questão do preço dos pedágios.

Por que a sociedade precisa pagar por estradas se não vai usar? Quando é o Estado que as mantém, é isso que acontece. Na concessão, só pagará quem estiver viajando por ela.

Rogerio Chequer é engenheiro pela POLI-USP, empresário, sócio da SOAP — State of The Art Presentations e um dos fundadores do Movimento Vem Pra Rua.

ACHO RUIM

De uma forma geral, acredito que se a iniciativa privada tem interesse em explorar um espaço - sobretudo no caso de arenas esportivas, que cobram um valor para o ingresso - é porque existe um potencial claro de geração de renda através dessa exploração. E nesse caso me parece mais interessante que essa renda seja integralmente revertida para o Estado, sem concessões ou privatizações que transfiram esse potencial para a iniciativa privada.

No entanto, por vezes é necessário um enorme investimento inicial para que tais espaços comecem a gerar algum tipo de retorno. No caso específico do Pacaembu, por exemplo, o investimento previsto pela Prefeitura é de R$ 200 a 300 milhões. Esse valor equivale a quase 10% do orçamento de investimento da Prefeitura para 2016.

É dinheiro demais, quando a Prefeitura já tem que lidar com tantas outras áreas de maior prioridade.

Assim, a concessão, se bem-feita, pode ser uma alternativa interessante. A Prefeitura aproveita o potencial de investimento da iniciativa privada e cobra um retorno justo pela concessão do terreno, expandindo suas fontes de receita.

Em ambos os casos, é imprescindível que a gestão desses espaços seja transparente, que eles continuem acessíveis para a população, e que seus valores mensuráveis e imensuráveis sejam preservados.

Não podemos repetir em São Paulo o ocorrido no Rio de Janeiro, no contexto das tentativas de concessão do Maracanã –feitas sem transparência, através da contratação de empreiteiras envolvidas em casos de corrupção, e sem nenhum respeito ao caráter histórico e afetivo do local.

Alessandra Orofino, 27, é economista formada pela Columbia University, com especialização em Direitos Humanos. Cofundou a Rede Meu Rio e é diretora-executiva do Nossas.

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