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João Doria desrespeita legislação eleitoral ao fazer campanha em shopping

Diego Padgurschi - 26.set.2016/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL - 26-09-2016: ELEICOES MUNICIPAIS: O candidato Joao Doria (PSDB) durante campanha no shopping Cidade de Sao Paulo, na avenida Paulista. (Diego Padgurschi /Folhapress - ELEICOES - PODER) *** EXCLUSIVO***
O candidato João Doria (PSDB) durante campanha no shopping Cidade de São Paulo, na avenida Paulista

O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, João Doria, desrespeitou a legislação eleitoral ao fazer campanha em um shopping na avenida Paulista, nesta segunda-feira (26), segundo o Ministério Público Eleitoral.

O promotor José Carlos Bonilha afirmou que representará a campanha do PSDB pela irregularidade.

Questionado, Doria disse desconhecer a infração, mas que acataria se notificado formalmente.

"Não vejo razão para isso, é um lugar público que as pessoas frequentam. Mas se houver demonstração do Ministério Público, não faremos", afirmou o tucano.

"Aliás, não é a primeira vez, deve ser a 15ª ou 16ª vez [que faz campanha em shopping]. Fazemos isso desde setembro do ano passado", constatou Doria.

O artigo 37, parágrafo quarto da lei nº 9.504, veda propaganda em bens de uso comum e inclui centros comerciais nessa categoria.

Após a publicação da reportagem, Doria afirmou que consultou advogados e o entendimento é que apenas não se pode distribuir panfletos em ambientes como shoppings.

O advogado da campanha, Anderson Pomini, disse que "não existe norma eleitoral que proíba o candidato de cumprimentar as pessoas nas ruas e nos comércios em geral, ainda que para isso adentre pontos comerciais de qualquer natureza".

O advogado disse que eventual representação por esse motivo "certamente será arquivada".

O tucano prometeu estimular a abertura de shoppings na periferia, próximo de onde os funcionários residem, e assegurou que empresários têm interesse em investimentos do tipo.

CAFEZINHO

Depois de passear pelas lojas e cumprimentar funcionários, Doria escolheu a loja de chocolates Kopenhagen para tomar um café. Pediu para trocar de xícara com um aliado, pois não queria o seu com espuma e foi atendido.

Doria ofereceu o biscoito de chocolate que acompanhava o café a Denise Abreu, presidente do Partido da Mulher Brasileira paulistano.

Ele tentou passar entusiasmo aos lojistas dizendo que a crise econômica dá sinais de arrefecimento, sobretudo com a saída do PT do governo.

ÍNDIOS

Doria voltou a negar dissidências internas no PSDB causadas por sua candidatura. Ele afirmou, como demonstração disso, que a propaganda com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai ao nesta terça-feira (27).

Sobre a entrega de cargos por um terço da executiva paulistana em protesto contra Doria, o candidato afirmou que é "legítimo" e já considerou os dissidentes fora do partido, embora alguns ainda sejam filiados.

"Os índios são bem-vindos também. Mas não pode classificar índio de cacique. Eram poucas pessoas, mas todas merecem respeito. Tomaram decisão de sair do PSDB. Aliás, acho que agiram bem, porque quem apoia Andrea Matarazzo (PSD) não pode estar dentro do PSDB. É legítimo", disse Doria.

O tucano reagiu a críticas de Luiza Erundina (PSOL) feitas em debate na véspera e colocou o prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição "no mesmo patamar", que disser "retrógrado".

Erundina afirmou que Doria ao se dizer um empresário e gestor demonstra "ignorância política".

"Os graves problemas que se acentuaram na saúde, na educação, na habitação, no transporte, na geração de empregos e oportunidades, muito se deve a esse pensamento retrógrado, antigo, ultrapassado, que lamentavelmente a candidata Erundina [tem], assim como o candidato Haddad [e isso] os une e os coloca no mesmo patamar. Eu estou em outro patamar. Minha posição é outra, completamente diferente", afirmou.

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