Publicidade
Publicidade
Publicidade

Candidatos de capitais evitam grandes obras e economizam nas promessas

Raul Spinassé - 15.out.2014/Folhapress
SALVADOR, BA, BRASIL, 15-10-2014: ACM Neto (Antônio Carlos Magalhães Neto), prefeito da cidade de Salvador, durante entrevista sobre as eleições de 2014, em Salvador (BA). (Foto: Raul Spinassé/Folhapress)
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que tenta a reeleição

Em tempos de cenário econômico incerto e orçamento restrito, os candidatos a prefeito das principais capitais têm adotado uma linha "pé no chão" nas propostas para os próximos quatro anos.

Os candidatos têm evitado fixar metas em programas da prefeitura e deixaram de lado o anúncio de grandes obras de infraestrutura.

Um cenário oposto ao de 2012, período de crescimento econômico, quando os candidatos prometiam grandes obras e projetos com metas ousadas.

Na estratégia, prefeitos em reeleição reciclam promessas não cumpridas e anunciam a ampliação programas em andamento. Já os candidatos de oposição apostam no mote de que "é hora de cuidar das pessoas".

Em Salvador, ACM Neto (DEM) traz como prioridades a instalação de um sistema de corredores exclusivos de ônibus e a construção do hospital municipal.

O primeiro foi projetado na atual gestão, mas não saiu por falta de verbas federais. O segundo foi iniciado apenas este ano, com promessa de conclusão em 2018.

O candidato do DEM ainda prometeu a ampliação do ensino integral e do número de vagas em creches, mas não fixou metas.

"O prefeito sempre teve como princípio prometer só o que pode cumprir. E, no atual cenário econômico, é preciso ser prudente e não anunciar obras que sejam financeiramente inexequíveis", afirma Luiz Carrera, responsável pelo plano de governo de ACM Neto.

No Recife, o prefeito Geraldo Julio (PSB) tem apresentado novas propostas a "conta-gotas" durante o horário eleitoral, sendo que a maioria tem caráter de continuidade da gestão.

Criticado pelos opositores por não ter cumprido promessas feitas em 2012, o prefeito alega que teve que redimensionar parte dos projetos e eleger prioridades por causa da crise.

"Em 2012 vivíamos um ambiente de otimismo. Com como houve uma mudança brusca na economia, nada mais natural que haja um redimensionamento dos prazos", afirma, Antônio Alexandre, coordenador do programa de governo do candidato do PSB.

Nesta campanha, Geraldo Júlio promete ampliar o número de vagas em creches, iluminar todas as escadarias da cidade, além de lançar um projeto de intercâmbio dos alunos do 8º ano estudarem outro idioma no exterior.

O prefeito Roberto Cláudio (PDT), de Fortaleza, também tenta a reeleição com propostas menos ambiciosas que as da campanha passada.

As maiores obras prometidas já estavam previstas no programa de governo atual, como a construção, já autorizada, de um novo complexo hospitalar. Em vez de túneis e viadutos, ele promete ampliar vagas nas escolas da rede municipal.

O adversário Capitão Wagner (PR), favorito para passar o segundo turno contra o prefeito vai na mesma linha: "Não precisa construir mais nada, só colocar para funcionar bem o que já temos", diz.

Segundo colocado nas pesquisas na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), tem avaliação igual: diz que não vai fazer nenhuma obra, apenas "pôr para funcionar o que está aí".

Em Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet (PDT), candidato à reeleição, tem dito que esta é uma campanha que opõe "a demagogia ao realismo".

Criticado por adversários por ter "feito pouco ou quase nada", ele rebate dizendo que assumiu a prefeitura em momento de crise. A única grande obra prometida é o VLP (Veículo Leve sob Pneus), em substituição ao metrô da eleição passada - que não saiu do papel por falta de verba.

Entre as demais propostas, estão o agendamento de consultas por telefone, acesso à internet em terminais de ônibus e novos pontos de feira pela cidade.

'CUIDAR DAS PESSOAS'

Os candidatos de oposição também tem evitado prometer grandes obras, afirmando que o momento é de "cuidar das pessoas".

Em Salvador, Alice Portugal é apresentada como "a prefeita que vai cuidar das pessoas de Salvador". A candidata diz que o prefeito ACM Neto reformou escolas e postos de saúde, mas não cuidou da qualidade do serviço.

Em Fortaleza, a candidata Luizianne Lins (PT) traz na sua campanha o mesmo mote. Destaca no horário eleitoral os programas sociais e de direitos humanos lançados durante sua gestão entre 2005 a 2012.

Desta vez, Luizianne também não tem feito promessas de grandes obras, diferentemente do que ocorreu em suas antigas campanhas.

Líder nas pesquisas no Rio de Janeiro, Marcelo Crivela (PRB) tem feito um contraponto entre as grandes obras feitas para a Olimpíada e qualidade dos serviços públicos. Na TV, sua campanha diz que os cariocas "sabem que agora é hora de cuidar das pessoas".

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade