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Gilmar Mendes pede investigação e classifica assassinato de candidato como 'deplorável'

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 24-08-2016, 12h00: O presidente do senado federal senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes e o AGU Fábio Medina Osório durante solenidade de lançamento de Cartilha com orientações sobre práticas vedadas durante o processo eleitoral, no gabinete da presidência do senado. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ministro Gilmar Mendes

Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes reforçou nesta quinta-feira o pedido de investigação do atentado em que o candidato à prefeitura de Itumbiara José Gomes da Rocha foi morto e o vice-governador de Goiás, José Eliton, baleado. Mendes classificou o episódio como "deplorável".

Ele entrou em contato com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e solicitou celeridade na apuração do caso.

"Nessa região (Itumbiara), não tínhamos esse tipo de manifestação. As investigações ainda estão sendo feitas, ainda não se tem claro qual foi motivação, mas parece estar associado a contexto ou atuação política[...]. Mas, realmente, se trata de um episódio chocante e deplorável para todos os títulos", disse o ministro.

Mendes admitiu, no entanto, que ainda não possui informações precisas sobre o total de tentativas de homicídios contra candidatos. "Não temos dados seguros. Estamos nos preocupando, sim, com esse quadro de violência", resumiu.

Até agosto, cerca de 20 candidatos haviam sido assassinados no país, sendo 11 deles no Rio de Janeiro. Na semana passada, o postulante a uma cadeira de vereador na capita fluminense, Marcos Falcon, foi executado dentro de seu comitê eleitoral.

No domingo (25), outro candidato a vereador, mas do município de Itaboraí, região Metropolitana do Rio, também foi assassinado.

Questionado se os atentados têm relação com questões políticas, o presidente do TSE disse também estar preocupado com a participação de representantes de organizações criminosas no processo eleitoral.

"Aparentemente, sim (crimes teriam motivações políticas), embora as autoridades do Rio disseram que havia disputa de algumas atividades ligadas ao crime comum, ordinário, mas isso envolve sempre milícias, narcotráfico. Alguns candidatos estão associados (ao crime organizado), o que traz uma outra preocupação, que é o crime organizado participando do crime eleitoral, que é algo delicado", considerou.

Ele pontuou, porém, que o tribunal vem autorizando envio de tropas federais para dar apoio às forças de segurança de estados e municípios no domingo, dia da eleição. A Força Nacional estará em pelo menos 265 cidades de 14 estados do país.

Mendes afirmou que o TSE não pode barrar candidaturas com propósito de reduzir a violência.

"Certamente, polícias e órgãos de inteligência têm que dar atenção a esses desdobramentos. Não é possível, simplesmente, impedir que essas pessoas se candidatem, se elas não forem atingidas por lei de inelegibilidade[...]. A última coisa que podemos desejar é a presença do crime organizado no sistema político", disse. ]

IMPEACHMENT

Questionado, o presidente do TSE voltou a criticar a atuação do ministro Ricardo Lewandowski, ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), durante a processo de afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff. Nesta quarta, Lewandowski classificou o impeachment como um tropeço da democracia.

"Eu acho que o único tropeço que houve foi aquele do fatiamento (da votação do afastamento), no qual acho que teve contribuição decisiva do presidente do Supremo (Lewandowski)", afirmou Mendes.

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