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Na última semana, PT tentou acordo com PSOL e PC do B

Renato S. Cerqueira - 11.set.16/Futura Press/Folhapress
O candidato do PT, Fernando Haddad, e a candidata do PSOL, Luiza Erundina, em carro de som de ato contra Michel Temer
O candidato do PT, Fernando Haddad, e a candidata do PSOL, Luiza Erundina, em carro de som de ato contra Michel Temer

Na última semana antes do primeiro turno, integrantes da cúpula do PT de São Paulo lançaram uma ofensiva para tentar firmar um acordo, com o PC do B e o PSOL, nas duas maiores capitais do país com o objetivo de beneficiar a campanha do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), que tenta a reeleição.

A ideia era estimular o PC do B a convencer a candidata do partido à Prefeitura do Rio, Jandira Feghali, a declarar apoio ao nome do PSOL naquela capital, Marcelo Freixo. Em troca, a candidata do PSOL em São Paulo, Luiza Erundina, abriria mão da disputa para se aliar a Haddad.

Em São Paulo, o PC do B apoia a coligação do petista. Com isso, o PT esperava somar as intenções de voto declaradas em Erundina às de Haddad, e impulsionar a ida do petista ao segundo turno.

A reportagem da Folha confirmou as conversas com integrantes da cúpula dos três partidos: PT, PC do B e PSOL. A iniciativa não foi para frente porque os interlocutores de Erundina barraram qualquer aproximação em São Paulo, o que fez com que, no Rio, apenas a direção da campanha de Jandira, e não a candidata em si, fossem abordados sobre o assunto.

A ideia era vender o movimento nas duas maiores capitais como gesto de união pela "esquerda" contra as candidaturas adversárias que despontam como favoritas.

No Rio, o senador Marcelo Crivella (PRB) lidera com folga a disputa, enquanto Freixo trava uma batalha com outros candidatos pela outra vaga no segundo turno.

O assunto chegou a ser tratado publicamente. Em um evento da campanha de Haddad, o escritor Fernando Morais pregou um acerto entre a esquerda no palanque, à frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio Haddad. "[Quero falar sobre a] importância da eleição em São Paulo e no Rio de Janeiro", iniciou.

"Está na hora de a esquerda, dar o exemplo de unidade e de humildade. Está na hora de o PT e o PSOL se entenderem para não entregar as prefeituras do Rio e de São Paulo para a direita."

Nessa estratégia, a união entre Jandira e Freixo daria força para que o candidato do PSOL se descolasse dos rivais e garantisse uma vaga na segunda etapa da eleição.

Procurado pela Folha ao longo desta semana, quando o assunto deixou de ser especulação e passou a ser negociado nos bastidores, o vice de Erundina, Ival Valente (PSOL), já havia rechaçado a ideia. "A chance é zero. Não há possibilidade de a Erundina deixar a eleição."

Valente ponderou ainda que o PT errava ao pensar que haveria uma transferência "automática" de votos de Erundina para Haddad. "Nosso voto é de opinião. E de opinião contrária a muitas coisas das quais o PT fez parte."

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