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Fla x Flu: confira opiniões contrária e favorável ao programa Braços Abertos, que atua na Cracolândia

Joel Silva/Folhapress
Fluxo na região da cracolândia, no centro de São Paulo
Fluxo na região da cracolândia, no centro de São Paulo

O programa De Braços Abertos, criado pela Prefeitura de São Paulo na gestão Haddad, presta atendimento a usuários de drogas, oferecendo trabalho e moradia.

O tema é controverso e divide opiniões entre os moradores da cidade. Confira uma opinião contrária e uma opinião favorável ao projeto:

Não

O Programa da prefeitura Braços Abertos tem cerca de um ano e meio e atendeu pouco mais de 450 pessoas. É muito pouco.

A questão dos dependentes que moram nas ruas de São Paulo deve ser enfrentada com mais rigor e de forma assertiva.

Na rua, eles não podem ficar, seja em razão da segurança dos próprios usuários, seja pela necessidade de manter a ordem na cidade.

Em alguns casos, a internação compulsória dos usuários precisa ser feita, uma vez que o dependente não consegue tomar a melhor decisão para si mesmo.

As secretarias municipais de Bem-Estar Social e de Saúde precisam trabalhar conjuntamente, com equipes multidisciplinares realizando atendimento amplo.

Os órgãos precisam atender aos dependentes nas ruas, entender suas necessidades e levá-los para instituições ou abrigos qualificados, onde eles possam receber tratamento adequado.

A dependência do crack é um problema de saúde e deve ser assim tratada.

Por isso, são ainda necessárias campanhas preventivas e instrutivas nas escolas, nas empresas e nos espaços públicos.

Rogerio Chequer é engenheiro pela POLI-USP, empresário e um dos fundadores do Movimento Vem Pra Rua

SIM

O Braços Abertos é um acerto. A ação incentiva o dependente a reduzir o consumo de drogas e a aumentar sua autonomia. Os participantes ganham R$ 15 por dia por serviços como varrição e reciclagem, além de opções de moradia e alimentação.

O investimento por beneficiado é um pouco mais baixo que o requerido pelo programa de internação compulsória do governo do Estado e mostra bons resultados: os últimos estudos indicam que 67% reduziram o consumo.

É importante, no entanto, atentar para a necessidade de complementar o programa com outras iniciativas, que podem incluir tratamento ambulatorial e internação. Mais crucialmente, a sociedade precisa mapear os caminhos que levam tantas pessoas à dependência química. A partir daí, estratégias de prevenção podem ser desenhadas.

Os dependentes têm, em geral, baixa escolaridade; 25% são egressos do sistema socioeducativo; e 66% já foram presos, 36% deles por tráfico de drogas. Enquanto as condições de vulnerabilidade e marginalização não forem verdadeiramente abordadas, os governos locais continuarão enxugando gelo –e não só no caso da dependência de crack.

Alessandra Orofino é economista formada pela Columbia University, com especialização em direitos humanos. Cofundou a Rede Meu Rio e é diretora-executiva do Nossas

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