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Principal adversário de candidato morto em Goiás critica investigação

Pedro Ladeira/Folhapress
Adesivo de campanha foi colocado ao lado do jazigo onde Zé Gomes, do PTB, foi enterrado
Adesivo de campanha foi colocado ao lado do jazigo onde Zé Gomes, do PTB, foi enterrado

O principal adversário de Zé Gomes (PTB), 58, candidato a prefeito assassinado a tiros durante uma carreata em Itumbiara (GO), protestou contra a falta de esclarecimentos e as declarações desencontradas do governo estadual sobre o caso.

Pecuarista, empresário e dono de uma emissora de rádio, Álvaro Guimarães (PR), 68, reclamou da declaração do secretário interino de Segurança Pública, Edson Costa, de que o crime foi "um atentado político", no sentido de ter sido perpetrado "contra direitos políticos, a cidadania e o processo eleitoral".

"O que nós não entendemos é por que o secretário [interino] vem a público dizer que a motivação seria política, que seria um crime político, se eles não conseguem provar isso", diz Guimarães.

Ele negou envolvimento com o crime. "Isso foge totalmente aos meus princípios de vida e à minha religião."

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), apoiava o candidato assassinado –Zé Gomes será substituído no pleito por seu primo e herdeiro político, o deputado estadual José Antônio (PTB), 27.

Em visita ao túmulo de Gomes nesta sexta (30), Perillo lamentou "a perda de um dos maiores líderes que tivemos no Estado e o maior líder que Itumbiara teve".

O crime ocorreu na última quarta-feira (28), quando o servidor municipal Gilberto Ferreira do Amaral, 53, matou a tiros Gomes e o policial militar que o protegia, Vanilson João Pereira, 36, além de ferir o vice de Perillo, José Eliton. Amaral foi morto em seguida por outros seguranças.

À Folha o comandante da Polícia Militar na região, coronel Adalberto Quixabeira, disse que o crime teve motivação pessoal e descartou razões eleitorais.

A reportagem indagou Perillo sobre a falta de um esclarecimento mais detalhado da Polícia Civil. O governador afirmou que "não é policial nem delegado" e que "não poderia determinar" à polícia que informe os motivos do atentado. Ele acrescentou que "talvez em três dias, um pouco mais", haverá uma manifestação mais ampla da polícia. As eleições serão realizadas neste domingo (2).

Embora tenha ressaltado não ter opinião sobre o motivo do crime, Perillo comentou que achava "muito estranho" que tivesse sido cometido durante uma carreata, "a única" feita por Gomes nas eleições, segundo o governador.

O delegado geral da Polícia Civil de Goiás, Álvaro Cássio Santos, que veio a Itumbiara acompanhar as investigações, afirmou que foi montada uma força-tarefa com 13 delegados e 50 agentes e escrivães, que a polícia está investigando "todas as hipóteses" e que já foram ouvidas "dezenas" de testemunhas.

Em nota, a polícia informou que, "até o momento, as investigações se desenvolvem primeiramente com o objetivo de esclarecer a dinâmica do crime", mas que "objetiva-se esclarecer a motivação do delito, a qual será informada oportunamente".

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