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Com 13 candidatos, disputa pela prefeitura pode chegar ao 2º turno pela primeira vez em Itaquá

Divulgação
Mamoru Nakashima (PSDB)
Mamoru Nakashima (PSDB) tenta a reeleição

A 39 km de São Paulo, a cidade de Itaquaquecetuba está sendo palco de uma das mais acirradas disputas eleitorais do país. Ao todo, doze candidatos tentam ocupar a vaga que hoje é do prefeito Mamoru Nakashima (PSDB), que tentará a reeleição.

Nakashima foi a grande revelação das eleições 2012. Na época, o tímido médico de 57 anos, conhecido pela longa atuação em projetos sociais na cidade, candidatou-se pelo minúsculo PTN e derrotou o governista Rogério Tarento (na época, do PR), então secretário de Indústria e Comércio da gestão do ex-prefeito Armando Tavares (2005-2012).

Em 2015, Nakashima se filiou ao PSDB, e tentará ser o primeiro tucano eleito na cidade, que tem um histórico de rejeição ao partido. Para isso, o prefeito conseguiu reunir em torno de si a maior coligação do pleito, com seis partidos.

Já Armando Tavares (PR), ou Armando da Farmácia, como é conhecido, viu sua base política se deteriorar após Tarento perder as eleições em 2012. Esse ano, Tavares tentou concorrer novamente ao posto, mas teve a candidatura impugnada pela Justiça.

Em junho, ele teve seus bens bloqueados após ser denunciado pelo Ministério Público, que o investiga por um suposto crime de cartel, envolvendo fraude na licitação da compra de uniformes escolares. Armando foi procurado, mas não respondeu à reportagem.

Com a impossibilidade de concorrer, o ex-prefeito tenta emplacar a candidatura de seu filho Cristiano Tavares (PR). O próprio irmão de Armando, Roque Tavares (PSD), também está na disputa pela cadeira de chefe do Executivo.

Outras peças importantes do jogo político na cidade são a advogada Adriana da Costa (PSB), que tentará pela terceira vez ser a primeira mulher a governar o município, e o ex-vereador Silvani de Paula (PP), um dos mais votados no último pleito.

Os candidatos de partidos menores também lutam para levar a eleição a um inédito segundo turno. "As grandes candidaturas colocam os interesses econômicos de alguns sujeitos como prioridade. Já a nossa candidatura representa os interesses dos cidadãos", diz o advogado e educador social Adervaldo Santos, candidato à prefeitura pelo PSOL.

PROBLEMAS SOCIAIS

O número de problemas a serem enfrentados pelo próximo prefeito é tão grande quanto o de candidatos que disputam o posto.

Itaquaquecetuba é a cidade com o pior Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) da Região Metropolitana, o que significa que o município apresenta péssimos indicadores de moradia, acesso a serviços de educação e políticas públicas.

A cidade se industrializou nos anos 1970, mas viu boa parte do seu parque industrial ir embora com a crise dos anos 1990. Apesar do aumento das atividades comerciais a partir de meados de 2000, o município de 322 mil habitantes ainda não encontrou uma vocação econômica a sua altura.

O resultado dessa história de fracasso econômico está nos números: 31% dos moradores da cidade vivem em condições de pobreza, segundo dados do Ipea, ao passo que 25% de seus moradores trabalham ou estudam fora, segundo levantamento do IBGE.

É o caso da auxiliar administrativa Tamires Laranjeira, 23, que gasta três horas no trajeto diário para o trabalho, no bairro do Brás, na capital. "Gostaria de trabalhar em Itaquá, porque encarar o transporte e a longa distância todos os dias é bem mais difícil do que a própria jornada de trabalho", conta.

A receita do município também é um problema. A cidade apresenta um grande número de ocupações irregulares, o que prejudica a arrecadação de IPTU e a execução de políticas públicas, sobrecarregando áreas prioritárias, como saúde e educação.

Além de todos os problemas sociais, o próximo mandatário terá de enfrentar a pressão popular para acabar com o monopólio dos transportes no município, e a tarefa de pressionar o Governo do Estado a terminar obras prioritárias para cidade, como a construção do BRT Alto Tietê e a reconstrução das estações de trem da CPTM.

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