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Impopular, governador do RS ressurge em terra natal contra campanha de ex-ministro de Dilma

Alan Marques/Folhapress
Governador do RS, José Ivo Sartori (PMDB), concede entrevista após audiência com o presidente interino Michel Temer, em Brasília (DF)
Governador do RS, José Ivo Sartori (PMDB)

O governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), enfrenta sem sucesso uma crise financeira no Rio Grande do Sul que tem afetado todas as áreas sociais, com uma das gestões mais impopulares.

Sartori não aparece em nenhum programa eleitoral do candidato do PMDB à prefeitura de Porto Alegre, Sebastião Melo. Em compensação, o governador está presente em Caxias do Sul, seu berço político –nasceu na vizinha Farroupilha. Sartori aparece nos programas do candidato do PDT, Edson Néspolo.

Sartori foi prefeito da cidade por dois mandatos, de 2005 a 2012. Na eleição de 2014, para governador, o peemedebista recebeu 79,29% dos votos válidos em Caxias do Sul, no segundo turno que lhe deu a vitória.

Se Sartori é impopular na capital, o candidato da situação em Caxias aposta na popularidade do ex-prefeito no interior. Um dos vídeos exibidos na campanha de Néspolo tem o mote "Não temos saudades de Caxias antes do governo Sartori".

EX-MINISTRO

No vídeo, moradores dizem não sentirem falta das administrações de 1997 a 2004, quando o candidato da oposição, Gilberto Spier Vargas (PT), o Pepe, foi prefeito.

Pepe foi ministro de Dilma Rousseff (PT), à frente de três pastas: do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Secretaria de Relações Institucionais e da Secretaria de Direitos Humanos, também extinta.

Atualmente, Pepe é o principal adversário do candidato apoiado por Sartori. A campanha de Néspolo, cujo partido foi contra o impeachment de Dilma, tem atacado Pepe por causa do envolvimento do PT na Lava Jato.

"Sou honesto e reconheço que temos seis parlamentares investigados. A coligação do Néspolo tem 43 parlamentares investigados, na mesma operação. Não quer dizer que Néspolo e Sartori não sejam honestos", defendeu-se Pepe em um debate.

Pepe e Sartori já se enfrentaram em eleições municipais antes. Em 2004, Sartori foi eleito prefeito de Caxias contra Marisa Formolo, do PT, apoiada por Pepe. Na eleição seguinte, em 2008, o atual governador derrotou Pepe.

A coligação de Néspolo é apoiada por 21 partidos, incluindo PMDB de Sartori e o PP, este último o principal envolvido no escândalo político. Em Porto Alegre, Melo tem apoio de 14 partidos.

A coligação do peemedebista afirma que Sartoti não aparece na propaganda da capital em respeito à base aliada na Assembleia Legislativa e que gravou vídeos para internet de outros candidatos do interior.

O adversário de Melo em Porto Alegre, Raul Pont (PT), excluiu da campanha da televisão a típica estrela vermelha do partido.

Em Caxias do Sul, Pepe Vargas mantém a estrela vermelha e aposta em apoios como o do ex-governador Olívio Dutra (PT), figura admirada especialmente por jovens de esquerda que o comparam a Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai.

A crise do Rio Grande do Sul se reflete principalmente na sensação de insegurança, com uma onda de latrocínios, calote nos salários dos policiais militares e civis há oito meses consecutivos e falta de vaga nos presídios.

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