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Rival de Crivella no 2º turno do Rio ainda está indefinido, mostra Datafolha

Fotomontagem
Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo (PMDB), que disputam uma vaga no segundo turno do Rio
Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo (PMDB), que disputam uma vaga no segundo turno do Rio

O primeiro turno da eleição para a Prefeitura do Rio põe em xeque o domínio dos últimos dez anos do PMDB na política fluminense.

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º) aponta o senador Marcelo Crivella (PRB) como líder, com 32% dos votos válidos, com Marcelo Freixo (PSOL) em segundo com 16%, empatado com Pedro Paulo (PMDB), que registrou 12%. A margem de erro é de dois pontos.

O resultado do levantamento, feito na sexta-feira (30) e neste sábado, pode ter sido influenciado pelo debate da TV Globo, assistido por 54% dos 2.159 entrevistados. Na última pesquisa, Pedro Paulo tinha 11% dos votos válidos, contra 10% de Freixo.

Intenção de voto para prefeito no Rio - Votos válidos, em %

A vantagem de Crivella nas simulações de segundo turno também caiu drasticamente em alguns casos, aponta o Datafolha. A vantagem contra Freixo foi de 22 pontos percentuais no início da semana para 5 na véspera da eleição.

Contra Índio da Costa (PSD) –que tem 11% das intenções de votos válidos no primeiro turno–, a diferença de 19 pontos caiu para 2, um empate técnico. No cenário com o peemedebista, o senador venceria, com 22 pontos percentuais a frente –eram 25 no início da semana.

O prefeito Eduardo Paes (PMDB), que almejou uma candidatura à Presidência da República em 2018, corre o risco de sequer ver seu candidato, Pedro Paulo, chegar ao segundo turno.

A direção fluminense se tornou uma das mais importantes do PMDB após o acúmulo inédito dos palácios da Guanabara, com Sérgio Cabral, e da Cidade, com Paes em 2008.

Contudo, desde o ano passado, o Executivo estadual enfrenta grave crise financeira e atraso de salários. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) está licenciado do cargo para tratamento de um câncer.

Cabral, que chegou a ser cotado para a Presidência em 2014, desapareceu da vida pública sob investigação na Operação Lava Jato.

"Nós não vivemos o melhor momento do partido, mas ainda somos muito fortes. O fato de os sete candidatos [adversários] nos escolherem para bater mostra que ainda incomodamos. Tenho confiança de que iremos ao segundo turno", disse o presidente do PMDB-RJ, o deputado estadual Jorge Picciani.

O diretório do Rio do PMDB foi por oito anos um dos principais aliados nacionais dos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. Com isso, tanto o Estado quanto a cidade ganharam em troca forte investimento federal, impulsionado principalmente pela Olimpíada.

O distanciamento começou em 2014, quando o PT lançou a candidatura do senador Lindbergh Farias para o governo estadual. Pezão foi eleito com apoio de Aécio Neves (PSDB), embora defendesse voto na petista. Pouco mais de um ano depois, a direção regional decidiu apoiar o impeachment de Dilma.

MÁQUINA

Paes apostou boa parte de seu capital político para manter a candidatura de Pedro Paulo, mesmo após as críticas pelas suspeitas de agressão à ex-mulher.

O caso acabou arquivado por falta de provas no STF (Supremo Tribunal Federal), o que não solucionou o problema político.

Foi a força da máquina do PMDB que, em 2008, fez Paes subir de 5% nas pesquisas para 29% um dia antes da eleição, liderando a corrida.

Pedro Paulo, embora tenha contado com uma coligação de 15 partidos, mais de 700 candidatos a vereador, o maior tempo de TV e mais de R$ 8 milhões de doação (mais do que todos os adversários somados), subiu dos mesmos 5% para 10%, considerando votos brancos e nulos –desconsiderados no cálculo dos votos válidos.

"Saí de sexto para o segundo lugar numa eleição pulverizada, com 11 candidaturas. Acredito na força da militância", disse Pedro Paulo, após o debate da TV Globo.

O resultado da pesquisa, porém, prejudica o discurso de Pedro Paulo nesta reta final de campanha.

Ao longo da semana, ele apostou numa estratégia de polarizar a disputa pela vaga no segundo turno com Freixo. O objetivo era atrair eleitores de Índio, Osório e Bolsonaro. Contudo, os dois primeiros cresceram neste levantamento.

Outro argumento do peemedebista é ainda mais enfraquecido na pesquisa. Ele buscou se apresentar como o mais capaz de derrotar Crivella no segundo turno. Contudo, ele é o que tem o pior resultado entre Freixo e Índio.

Freixo conseguiu agregar novos eleitores nesta última pesquisa, após o debate.

"Estamos sentindo nas ruas a nossa campanha crescendo. A vantagem do Pedro Paulo era o tempo de TV, que acabou hoje [quinta, 29], e ele perdeu o debate. Pedro Paulo é um candidato ruim", disse o candidato do PSOL.

Líder isolado, Crivella preferia não enfrentar Pedro Paulo. Teme uma campanha agressiva para vinculá-lo à Igreja Universal (da qual é bispo licenciado) e aumentar sua rejeição –ela já subiu nesta pesquisa de 25% para 31%. "Uma derrota do PMDB no primeiro turno seria didática, democrática e redentora", disse Crivella.

Pesquisa Datafolha para prefeito Rio de Janeiro

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