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Em BH, João Leite mantém liderança e Kalil está em segundo em disputa marcada pelo futebol

Fotomontagem
João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS), ex-goleiro e ex-presidente do Atlético-MG, respectivamente
João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS), ex-goleiro e ex-presidente do Atlético-MG, respectivamente

Os candidatos preferem dizer que não misturam os dois assuntos, mas o futebol invadiu o campo da política na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Com dois atleticanos na parte de cima da tabela, as torcidas organizadas do Cruzeiro passaram a defender os candidatos que, de acordo com as pesquisas, estarão fora do segundo turno na capital mineira.

O principal objetivo é desgastar a candidatura do ex-presidente do Atlético-MG Alexandre Kalil (PHS), segundo colocado no Datafolha, com 23% das intenções de votos válidos.

O líder, com 39%, também tem imagem ligada ao clube: é João Leite (PSDB), goleiro atleticano nos anos 70 e 80 e hoje deputado estadual.

Intenção de voto para prefeito em Belo Horizonte - Votos válidos, em %

Nas últimas semanas, duas organizadas cruzeirenses, a Máfia Azul e a Torcida Jovem, anunciaram apoio respectivamente aos candidatos Rodrigo Pacheco (PMDB) e Délio Malheiros (PSD).

"Aí galera, nação azul, a Torcida Jovem está fechada com o Délio para prefeito. Vamos derrubar o Kalil de novo", diz um membro da organizada em vídeo divulgado na página da torcida nas rede sociais.

Ao dizer que vão "derrubar" ou "rebaixar" Kalil, fazem referência à queda do Atlético para a série B em 2005, embora o candidato a prefeito ainda não fosse presidente do clube –assumiu em 2008.

Desde o lançamento de candidatura, Kalil tem tentado se desvencilhar da imagem de cartola e dito que, se eleito, manteria o time como paixão e "brinquedo de domingo" e governaria para "a cidade de Belo Horizonte".

Mas, no mesmo evento, ele foi abordado por torcidas atleticanas para tirar fotos e apresentado aos delegados do partido pelo atual presidente do Atlético e vereador da capital Daniel Nepomuceno, que se licenciou do PPS, legenda que não faz parte da coligação, para apoiar a candidatura.

Às vésperas do primeiro turno, Kalil dizia ainda esperar o voto dos torcedores do Cruzeiro e afirmou que preferia manter distância entre política e futebol.

EX-GOLEIRO

A Torcida Jovem também destaca em panfletos que outro candidato com chances de chegar ao segundo turno é o "ex-goleiro e atleticano João Leite" e, por isso, os torcedores não deveriam votar nele para prefeito.

Em suas caminhadas de campanha, ele ainda é abordado por atleticanos que chegam para falar de pênaltis agarrados ou de grandes defesas. No entanto, como os outros, ele tenta se distanciar do assunto. Nos debates, o tucano tem destacado que foi "goleiro da seleção".

"Não creio que as eleições deste ano estejam marcadas pelo embate dos gramados. O eleitorado é maduro e sabe separar o confronto no esporte e a campanha eleitoral", diz. "Meu trabalho é o mesmo para o eleitorado todo, independentemente do time que torce."

Procurado, Délio Malheiros disse por meio de sua assessoria que os apoios recebidos são informais e que "não mistura política com futebol ou religião".

Já Rodrigo Pacheco afirma que o apoio da Máfia Azul "foi uma ação espontânea" da direção da organizada e de amigos em comuns, mas afirma que entende "mais como um golpe de consciência de quem é o melhor candidato do que como paixão clubística".

O peemedebista reforça o mesmo coro dos outros candidatos: "Eu estou contente com isso, mas não misturo política com futebol".

EM DIFICULDADE

O primeiro turno da eleição em Belo Horizonte também foi marcado por uma série de dificuldades de grupos políticos expressivos do Estado, como o PMDB. O PT, do governador Fernando Pimentel, lançou o deputado federal Reginaldo Lopes, que não decolou ao longo da campanha.

Délio Malheiros é o atual vice-prefeito da gestão de Marcio Lacerda (PSB) e também se manteve muito distante da liderança.

Pesquisa Datafolha para prefeito Belo Horizonte

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