Com 44% das intenções de votos válidos, o candidato do PSDB, João Doria, chega à véspera da eleição à frente de seus adversários nas três macrorregiões da cidade de São Paulo: central, intermediária e extremos.
Pela primeira vez, Doria lidera sozinho na zona periférica paulistana —que, em pleitos anteriores, votava majoritariamente em candidatos identificados com a esquerda.
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O candidato tucano atingiu 34% das intenções de votos válidos nos extremos da cidade, dez pontos percentuais acima do que tinha no começo da semana.
Na pesquisa anterior, ele dividia a liderança nessa região com os candidatos Celso Russomanno (PRB), que tinha 28%, e Marta Suplicy (PMDB), que tinha 27%.
Na macrorregião central, onde o PSDB já costuma ter melhor desempenho, Doria chegou a 55% das intenções de voto válido, avanço de 11 pontos em relação ao início desta semana.
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ENTENDA AS MACRORREGIÕES
A divisão da cidade elaborada pelo Datafolha agrupa os distritos da capital em áreas homogêneas em relação a resultados eleitorais anteriores e perfil socioeconômico.
A macrorregião central, que abrange bairros como Pinheiros, Lapa, Vila Mariana, Tatuapé e Vila Prudente, tem eleitores mais escolarizados, com maior renda média e mais velhos.
Na macrorregião dos extremos da cidade —distritos como Grajaú, Socorro, Marsilac, Brasilândia e Jardim Ângela—, o eleitorado é mais jovem e com renda mais baixa.
Entre esses dois aglomerados está a macrorregião intermediária, que reúne distritos como Aricanduva, Penha, Sacomã, Vila Sonia e Campo Limpo. Ela reúne eleitores com menor índice de preferência e fidelidade partidária, entre outras características.
DISPUTA PELO 2º LUGAR
Russomanno, Marta e o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), que disputam a ida ao segundo turno, têm desempenho diverso nas macrorregiões.
As intenções de voto no candidato petista são maiores no centro (20%), caem para 16% na zona intermediária e a 13% nos extremos.
O candidato do PRB, por sua vez, tem preferência maior na periferia (22%), fica com 17% na zona intermediária e cai a 10% no centro.
O perfil de intenção de votos na candidata do PMDB é semelhante ao de Russomanno: 22% nos extremos, 13% na região intermediária e 6% na zona central da cidade.
A subida do atual prefeito se deu nas macrorregiões central (em que ganhou 7 pontos percentuais) e intermediária (com 5 pontos). Nas duas áreas da cidade, Russomanno caiu 9 e 11 pontos percentuais, respectivamente.
Nos extremos da cidade, Haddad ficou estável, Russomanno caiu 6 pontos e Marta, 5 pontos percentuais.
RESULTADO IMPREVISÍVEL
Além da forte volatilidade nas intenções de votos válidos nas últimas semanas, outros fatores tornam imprevisível a disputa pelo segundo lugar no primeiro turno.
Nos extremos e na zona intermediária da cidade, quase 40% dos eleitores ainda não sabem o número de seu candidato.
Mesmo na região central, de maior grau de escolaridade, quase 30% não informam o número correto.
A parcela de eleitores que ainda não se consideram totalmente convictos do voto também é alta: são 30% nos extremos, 27% na macrorregião intermediária e 20% na central.
Dentre os que ainda podem mudar de voto, a fatia dos que dizem ser grande essa possibilidade supera 20% nas três áreas.
REJEIÇÃO
Embora tenha recuperado terreno na região central, Fernando Haddad tem também ali seu maior índice de rejeição: 47% dos eleitores afirmam não votar nele de forma alguma (são 45% na intermediária e 42% nos extremos).
Russomanno tem a mesma taxa de rejeição no centro (47%), mas a resistência a seu nome é menor nas outras duas áreas: 35% e 30%.
Marta Suplicy é rejeitada por 42% dos eleitores da zona central, 39% na intermediária e 29% na periferia.
A rejeição a João Doria é de 19% no centro e nos extremos e de 17% na macrorregião intermediária.
Luiza Erundina, do PSOL, recebe 5% das intenções de voto no centro e nos extremos e 6% na área intermediária, e é rejeitada por 30%, 28% e 26% dos eleitores, do centro para as franjas da cidade.