Publicidade
Publicidade
Publicidade

Rafael Greca disputa segundo turno com candidato azarão em Curitiba

Numa reviravolta, um azarão vai para o segundo turno em Curitiba: o deputado estadual Ney Leprevost (PSD), que tirou o atual prefeito do páreo, vai disputar a eleição contra Rafael Greca (PMN).

Greca alcançou 38% dos votos válidos neste domingo (2), contra 23% de Leprevost. O atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), ficou de fora, em terceiro lugar, com 20%.

Divulgação
O candidato de Curitiba Rafael Greca (PMN), durante evento de campanha
O candidato de Curitiba Rafael Greca (PMN), durante evento de campanha

Os dois candidatos possuem perfil conservador, são de famílias tradicionais da capital paranaense e prometem governar com "amor" e "buscar o bem de Curitiba".

"Com a ajuda de Deus e do povo, ganharemos essa eleição e faremos uma gestão inteligente, honesta e competente", declarou Leprevost, depois da divulgação do resultado do primeiro turno.

"Vou vencer e servir Curitiba; a minha primeira aliança será sempre com o povo", disse o adversário, Greca.

A ascensão de Leprevost, que chegou à segunda colocação na reta final do pleito, é explicada por um tropeço de Greca: doze dias antes da eleição, ele disse que vomitou ao sentir cheiro de pobre.

Foi o principal evento da campanha, que levou à reviravolta nos resultados finais.

Com o bordão "Volta, Curitiba", o ex-prefeito de 60 anos liderava a disputa. Com discurso saudosista, Greca, que comandou a prefeitura entre 1993 e 1996, sucedendo o urbanista Jaime Lerner, prometia a "volta para o futuro".

Depois da "bobagem" que disse, como ele próprio assumiu depois e pela qual pediu desculpas, o favorito desidratou: Greca perdeu um a cada três eleitores curitibanos, segundo pesquisa do Ibope.

O AZARÃO

Leprevost, 42, foi quem mais se beneficiou com a queda do adversário.

Duas semanas antes, ele tinha apenas 7% das intenções de voto, segundo o Ibope.

Cristão e conservador, o deputado estadual em terceiro mandato tem um eleitorado semelhante ao do candidato do PMN, e absorveu os votos de quem não quis mais Greca após a famigerada frase.

Leprevost, que começou a vida pública como radialista, acostumou-se a dizer que fez uma campanha "limpa e propositiva", voltada para os "cidadãos de bem" e pautada em "princípios cristãos".

Prometeu cortar 40% dos cargos em comissão, compor um secretariado ficha limpa, acabar com "mordomias e regalias" e ir trabalhar com o próprio carro, "para dar exemplo à equipe".

Na última semana, surgiu na propaganda conversando com moradores de rua, e prometeu "olhar solidário" e casas de recuperação para viciados em crack.

FUTURO

Leprevost e Greca representam dois fortes grupos políticos do Paraná.

O candidato do PMN é apoiado pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que levou sete partidos para a coligação. Com baixa popularidade, o tucano não apareceu na campanha em nenhum momento, mas fez a candidatura do nanico decolar, com estrutura e a força da máquina estadual.

Já o pessedista é o candidato do secretário estadual Ratinho Júnior (PSD), potencial postulante ao governo do Paraná em 2018 -que se descola de Richa e ganha força com a boa votação do aliado.

Ratinho disputou a prefeitura quatro anos atrás e perdeu no segundo turno, para Fruet. Bastante popular na periferia, transferiu votos importantes ao candidato.

Já Fruet, que rompeu com uma hegemonia política de 25 anos na prefeitura, não conseguiu superar a insatisfação com sua gestão, aprovada por apenas 26% dos eleitores, segundo o Ibope.

Conhecido pelo trabalho como deputado federal (foi relator da CPI que investigou o mensalão), o pedetista enfrentou crise econômica e uma onda de insatisfação.

Após a derrota nas urnas, Fruet disse que enfrentou a "missão de ser prefeito num momento desafiador". Criticou candidatos que prometiam "terreno na Lua", e disse que é preciso "opor a demagogia ao realismo".

Apoiado pelo ex-senador Osmar Dias (PDT), seu futuro político ainda é indefinido.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade