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Crivella e Freixo disputam 2º turno e desbancam candidato de Paes no Rio

Mauro Pimentel/Folhapress
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) acena para a militância ao comemorar a ida ao 2º turno no Rio
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) acena para a militância ao comemorar a ida ao 2º turno no Rio

O senador Marcelo Crivella (PRB) vai enfrentar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) no segundo turno da disputa pela Prefeitura do Rio. Eles registraram 27,78% e 18,26% dos votos válidos, respectivamente.

Os dois ficaram à frente do deputado federal Pedro Paulo (PMDB), candidato do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que obteve 16,12%. Com isso, sai da disputa o partido que comanda a cidade há oito anos e o Estado há 13 anos.

Fotomontagem
Os candidatos do PRB Marcelo Crivella e do PSOL Marcelo Freixo disputam 2º turno no Rio de Janeiro
Os candidatos do PRB Marcelo Crivella e do PSOL Marcelo Freixo disputam 2º turno no Rio de Janeiro

Em quarto ficou o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC), filho mais velho de Jair Bolsonaro, com 14%. Na sequência, aparecem o deputado federal Indio da Costa (PSD), com 8,99%, o deputado estadual Carlos Roberto Osório (PSDB), com 8,62%, e a deputada federal Jandira Feghali (PC do B), com 3,34%.

O resultado indica que eleitores de Jandira contribuíram para que Freixo chegasse ao segundo turno. A comunista, que se aliou ao PT, havia obtido intenções de voto mais elevadas do que acabou registrando nas urnas.

A eleição no Rio teve alta taxa de abstenção (24,28%), bem como de votos brancos e nulos (18,26%), recordes ao menos desde 2004.

Os dois candidatos afirmaram que não vão buscar apoio formal do PMDB. Crivella, porém, indicou que vai buscar "setores" do partido.

"Não conversei com eles e não tenho a intenção. Com os quadros políticos atuais do Rio, acho que não converso. Vamos procurar os demais. O PMDB mostrou que precisa se reciclar, isso eu ouvi nas urnas", disse Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

"Eu aceito os votos [do eleitor do Pedro Paulo], mas não farei acordos sobre cargos, posições de governo, isso não há hipótese", completou Crivella. O candidato evitou responder quais partidos procurará, dizendo apenas que conversará com todos e pretende fazer um amplo acordo de alianças.

Freixo afirmou, por sua vez, que dispensa o apoio do PMDB de antemão. O deputado teve 28,15% dos votos válidos na eleição de 2012, quando Paes foi eleito em primeiro turno. "Derrotamos o PMDB em homenagem à democracia brasileira. É a resposta a um partido golpista", disse, em referência ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Após realizar uma Olimpíada com organização elogiada, Paes não conseguiu fazer o sucessor. O prefeito apostou boa parte de seu capital político para manter a candidatura do aliado, mesmo após as críticas pelas suspeitas de agressão à ex-mulher.

O caso acabou arquivado por falta de provas no STF (Supremo Tribunal Federal), o que não solucionou o problema político. Ao longo da campanha, Pedro Paulo não conseguiu atrair os 30% do eleitorado que aprovam a gestão de Eduardo Paes.

O peemedebista acompanhou a apuração junto com Paes, o ex-governador Sérgio Cabral e o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP). Em pronunciamento sozinho, sinalizou que não deve declarar apoio a nenhum dos candidatos.

"Vejo com extrema incompatibilidade as duas candidaturas que foram para o segundo turno. Ficou claro que as duas significam aquilo que é diferente do que nós fizemos pela cidade e a administração", disse o peemedebista.

Já o PMDB perde o controle de sua principal capital do país. A direção fluminense, que se tornou uma das mais importantes após acumular, após as eleições de 2008, os palácios Guanabara, com Sérgio Cabral, e da Cidade, com Paes, perde o controle da cidade e convive com a crise financeira do Estado.

APOIOS NO 2º TURNO

Jandira já declarou apoio a Freixo. A tendência é que Alessandro Molon (Rede), que obteve 1,45% dos votos válidos, faça o mesmo movimento. Antes da eleição, os três fizeram um acordo de apoio mútuo no 2º turno.

Crivella deve ter o apoio de Bolsonaro. O posicionamento dos demais candidatos ainda é incerto.

REJEIÇÃO

Na véspera da eleição, segundo o Datafolha, o índice de rejeição de Crivella aumentou, foi de 25% para 31%, enquanto o de Freixo se manteve estável (de 11% para 12%).

Crivella minimizou a desvantagem. "Não é uma rejeição de veemência, é de preconceito. Temos certeza de que vamos suplantá-la", disse, em referência à sua relação próxima com a Igreja Universal de Reino de Deus. Crivella foi bispo e é sobrinho do bispo Edir Macedo.

Questionado sobre quais vantagens teria sobre Freixo, citou os dez pontos que os separaram no resultado deste domingo. "Seria indelicado [citar vantagens]. Estou com 28% e ele, com 18%. Essa é a maior vantagem que eu poderia pedir a Deus."

Para vencer, Crivella disse que vai concentrar esforços nas zonas oeste e norte da cidade, que têm mais votos e são mais carentes.

Sobre a presença da religião em um eventual governo seu, Crivella afirmou que a igreja não terá qualquer papel. "O Estado é laico", repetiu três vezes o candidato.

Outro aspecto de sua campanha que havia gerado rejeição a ele é a associação com o ex-governador Anthony Garotinho. Crivella fez aliança com seu partido, o PR.

"Essa é uma hipótese que [o jornal] O Globo defendeu, mas não tem sentido, o Garotinho tem outros objetivos. Era mais fácil Pedro Paulo ter Eduardo Cunha como seu secretário de Fazenda, se ele tivesse chegado ao segundo turno."

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