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PT encolhe, e poder nas cidades é pulverizado

Fabio Braga/Folhapress
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fala com a imprensa após a apuração das urnas em SP
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fala com a imprensa após a apuração das urnas

As eleições deste domingo representam uma derrota significativa para o PT, e não só por causa do revés sofrido pelo prefeito Fernando Haddad em São Paulo. O partido que governou o país por 13 anos perdeu mais da metade das prefeituras que ganhou nas últimas eleições municipais.

A legenda deixará de ser a terceira força política nacional em número de municípios. De 644 prefeituras vencidas na eleição de 2012, o PT obteve 261 no domingo (2), de acordo com levantamento concluído antes do fim da apuração dos resultados.

O partido venceu em apenas uma capital, Rio Branco (AC), com a reeleição do prefeito Marcus Alexandre, e disputará o segundo turno somente em outra, o Recife, com o ex-prefeito João Paulo, e em mais cinco cidades.

A votação geral da eleição deste ano indica um movimento de grande parcela de prefeituras perdidas pelo PT se pulverizando entre outras legendas, seja de expressão parlamentar, mas também de menor porte, os chamados partidos "nanicos'.

O PMDB do presidente Michel Temer perdeu a prefeitura do Rio de Janeiro, relevante politicamente no contexto nacional, mas se mantém com o maior número de prefeitos em todo o país, mesmo assim, com uma leve queda de 1.017 para 944 cidades em quatro anos.

A sigla ganhou no primeiro turno em uma capital, Boa Vista (RR), com Teresa Surita, e briga no segundo turno em outras quatro, entre elas Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).

O PSDB comemorou a vitória de João Doria em primeiro turno em São Paulo e manteve sua posição como segunda força no cenário nacional. De 701 prefeituras que conquistou há quatro anos, o partido subiu para pelo menos 737, segundo números finalizados até a conclusão desta reportagem.

Em termos de capitais, o partido venceu em duas no primeiro turno —além de São Paulo, em Teresina (PI), com o prefeito Firmino Filho, reeleito— e disputará o comando de outras oito no segundo, entre elas Manaus (AM) e Belo Horizonte (MG).

Além do PSDB, o PSD foi o único entre os grandes partidos que teve um ganho de prefeituras em relação à eleição passada. De 497 em 2012, primeira eleição disputada pela legenda então recém-criada, o PSD conquistou ao menos 509 no domingo.

O resultado do primeiro turno das eleições mostra que a força política nos municípios se pulverizou, com siglas de peso inexpressivo no cenário nacional ocupando o lugar dos maiores partidos.

O DEM viu o número de municípios sob sua administração cair em quatro anos, de 280 para 246, mas reelegeu o prefeito de Salvador, ACM Neto, em primeiro turno com votação expressiva.

Divulgação
O candidato à reeleição na cidade Salvador, ACM Neto (DEM), faz campanha nas ruas
O candidato à reeleição na cidade Salvador, ACM Neto (DEM), faz campanha nas ruas

O PHS integra a ala dos pequenos partidos que se beneficiaram da perda de votos de partidos grandes, como PT e PMDB, com desempenho bem superior ao de quatro anos atrás.

O partido, que chegou ao segundo turno em Belo Horizonte com Alexandre Kalil, subiu de 16 para 37 prefeituras, de acordo com a mais recente análise feita pela reportagem.

Outro exemplo é o PTN, que subiu de 13 para 28 prefeitos eleitos no período.

Em sua primeira eleição municipal, o Solidariedade obteve 67 prefeituras no primeiro turno.

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