Publicidade
Publicidade
Publicidade

PT tem a maior perda de votos, receita e influência; tucanos e 'nanicos' crescem

Fabio Braga/Folhapress
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fala com a imprensa após a apuração das urnas em SP
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fala com a imprensa após a apuração das urnas

A análise do resultado das urnas deste domingo (2) mostra que o PT, partido que governou o país por 13 anos seguidos, sofreu a pior derrota entre todas as legendas sob qualquer aspecto.

Em número de prefeituras, a queda fará o partido voltar praticamente 12 anos no tempo.

Em 2004, embalado pela vitória de Lula em 2002 e antes do escândalo do mensalão, o partido elegeu 411 prefeitos. O número continuou crescendo nas eleições seguintes, até os 644 do último pleito (a conta considera os prefeitos eleitos inclusive após votações suplementares ou novas eleições).

Agora, apenas 256 petistas foram eleitos, além dos sete que disputarão o segundo turno. Mesmo no melhor cenário, com todos eles vencendo, a queda em relação a 2012 será de 59%, a maior de todas as legendas.

PREFEITURAS POR PARTIDO

O partido também foi o que teve a maior queda em número de votos para prefeito no primeiro turno. Seus candidatos receberam, ao todo, 6,8 milhões de votos, contra 17,2 milhões há quatro anos –queda de 60%.

Atingido em cheio pela Operação Lava Jato e diante das novas regras eleitorais, com campanha mais curta e sem doações de empresas, o PT lançou menos candidatos neste ano e sofreu para levantar fundos.

VOTAÇÃO POR PARTIDO

No vácuo do declínio petista, partidos de menor expressão, os chamados "nanicos", avançaram. A pulverização beneficiou siglas como PHS e PTN, por exemplo, que elegeram mais prefeitos e ganharam mais votos.

O PHS, comandado por Eduardo Machado, secretário de Estado do governo Marconi Perillo (PSDB) em Goiás, foi o partido que mais cresceu em votos, proporcionalmente: 199%. Passou de 316 mil em 2012 para 945 mil. Em prefeituras, subiu de 16 para 36, e ainda disputa o segundo turno em Belo Horizonte.

Já o PTN, presidido pela deputada federal por São Paulo Renata Abreu, teve o maior crescimento proporcional no número de prefeituras: 131%, de 13 em 2012 para 30 agora. Ainda disputa o segundo turno em Osasco (SP) e Duque de Caxias (RJ).

Também ganharam prefeituras partidos novos como Solidariedade, que ficou com 62 e disputa mais duas, e Pros, com 53. A Rede de Marina Silva estreou na disputa municipal com cinco prefeituras e ainda disputa mais três no segundo turno.

Apoio a Temer em prefeituras

Entre partidos maiores, o PSDB foi o que mais cresceu. O número de prefeituras subiu das 701 conquistadas em 2012 para 793 agora. Considerando os 19 tucanos disputando segundo turno, o partido pode chegar a 812 administrações, o que significaria crescimento de 16%.

Em número de votos, os candidatos pessedebistas foram os mais votados do país. O número cresceu 27%: de 12,9 milhões há quatro anos para 17,6 milhões agora.

Índice de prefeitos reeleitos

RECEITA

Em termos práticos, o encolhimento do PT nas urnas também significa menos receita e população administrada por seus filiados.

Um cruzamento com dados de 4.817 cidades (87% do país) com informações disponíveis na Secretaria do Tesouro Nacional e cuja eleição já está definida aponta uma queda de 86% no volume de receitas que serão geridas por prefeitos petistas –de R$ 110,5 bilhões para R$ 15,8 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.

RECEITA ORÇAMENTÁRIA POR PARTIDO

E, se em 2012 o partido conquistou influência direta sobre uma população de 38 milhões de habitantes, agora serão apenas 6 milhões, uma redução de 84%.

A conta considera apenas os prefeitos já eleitos. Mesmo no melhor cenário, com hipotéticas sete vitórias no segundo turno, o PT governará no máximo a 10,5 milhões de pessoas a partir do ano que vem, o que resultaria em queda de 72% ante 2012.

Já o PSDB terá um salto de 138% no total de receitas administradas, além de ter ganho influência sobre uma população de 37,5 milhões de pessoas, um aumento de 45% em relação à última eleição e o maior contingente entre todas as legendas.

Se conquistar as outras 19 prefeituras que disputa, o contingente pode crescer para 53,4 milhões, o que resultaria em aumento de 107% sobre 2012 e representaria mais de um quarto da população total do país.

POPULAÇÃO POR PARTIDO

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade