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Clãs de políticos disputam regiões voto a voto em um 'Game of Thrones' eleitoral

No "Game of Thrones" do legislativo municipal a disputa territorial reúne ao menos oito clãs que ganham novos sucessores a cada eleição.

A série de TV mostra a guerra sangrenta pelo poder entre várias famílias num mundo fictício.

Em São Paulo, exclui-se o sangue, mas vereadores brigam por votos em cada quarteirão dos rincões da cidade.

As famílias Tripoli, Tatto, Leite, Goulart, Covas, Tuma e Hato garantem seus espaços no Palácio Anchieta com ativo eleitoral conquistado ao longo de décadas. As cadeiras passam de pai para filho ou são divididas entre irmãos.

Bruno Santos/ Folhapress
Câmara Municipal de São Paulo
Câmara Municipal de São Paulo

Há três novidades nesse universo. A primeira delas é Reginaldo Tripoli (PV), o terceiro vereador mais votado, com 88.843, atrás de Eduardo Suplicy (PT) e Milton Leite (DEM) –com 301.446 e 107.957 votos, respectivamente.

Irmão do ex-vereador e hoje deputado estadual Roberto, ele usou como estratégia adotar apenas Tripoli no nome de urna e a mesma bandeira dos irmãos, entre eles o deputado federal Ricardo: a defesa dos animais.

Filho do deputado federal Antonio Goulart (PSD), que tem forte ligação com o Corinthians, Rodrigo Goulart foi eleito na esteira da popularidade paterna.

Levantamento da Folha mostra que Goulart, bastante ligado ao Corinthians, é o "rei dos campos" de várzea da cidade, com atuação voltada à colocação de grama sintética.

Em comum entre os estreantes, está o caixa gordo para a campanha.

Rodrigo teve a segunda campanha mais cara, segundo levantamento feito pela Folha com dados parciais do dia 26. Ele havia gasto R$ 911 mil na campanha até a semana passada. Tripoli teve receita menor, R$ 447 mil, mas que também ficou entre as 15 maiores. A zona sul é o território mais subdividido entre eleitores dos grupos Tatto, Goulart e Leite.

Grajaú, Capela do Socorro, Campo Limpo, Guarapiranga são alguns dos redutos. Alguns dos distritos são chamados de Tattolândia.

O oitavo clã começa a despontar. Gilberto Nascimento Jr. tinha a nona campanha mais cara, com R$ 497 mil, até a semana passada. Teve o pai, o deputado federal Gilberto Nascimento, do PSC.

Filho do governador Mário Covas, Zuzinha é o apelido de Mário Covas Neto, presidente do PSDB municipal, que foi reeleito com a bênção do prefeito eleito João Doria e do governador Geraldo Alckmin.

Outro clã é o da família Hato. O médico George Hato se reelegeu tendo o pai como padrinho político.

EM FAMÍLIA

Tripoli (PV)
Na esteira dos irmãos Roberto, deputado estadual e Ricardo, federal, o candidato Reginaldo Tripoli mantém a família no legislativo paulistano. Roberto foi vereador por sete mandatos, entre 1988 e 2014. Conhecidos pela atuação em defesa dos animais

Tatto (PT)
Arselino foi reeleito para seu sétimo mandato. Jair, para o segundo. Junto com os irmãos Enio (deputado estadual) e Jilmar (atual secretário municipal de Transportes), eles formam o grupo petista com domínio eleitoral na região apelidada de Tattolândia, na zona sul

Goulart (PSD)
Eleito deputado federal em 2014, Antonio Goulart conseguiu eleger seu filho, Rodrigo ao legislativo paulistano.O deputado é conhecido por sua ligação com o Corinthians

Covas (PSDB)
Mário Covas Neto, o Zuzinha, é filho do governador Mário Covas, morto em 2001. Se reelegeu neste ano, após seu primeiro mandato, no qual foi líder da oposição

Tuma (PSDB)
Sobrinho do senador Romeu Tuma, morto em 2010, o vereador Eduardo Tuma se reelegeu na sexta colocação. Integra a frente parlamentar cristã

Hato (PMDB)
George Hato é filho do deputado estadual Jooji Hato e está em seu segundo mandato. Ambos são médicos

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