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Em Santo André, PT enfrenta tucano que foi da gestão petista

Divulgação
Os candidatos Carlos Grana (PT) e Paulo Serra (PSDB), durante campanha em Santo André
Os candidatos Carlos Grana (PT) e Paulo Serra (PSDB), durante campanha em Santo André

O segundo turno da eleição municipal em Santo André, no ABC Paulista, reedita a antiga polarização entre PT e PSDB, com a peculiaridade de que o candidato tucano foi secretário do atual prefeito petista, que tenta a reeleição.

Ex-titular da pasta de Mobilidade, Obras e Serviços, Paulo Serra (PSDB), 43, rompeu com o prefeito Carlos Grana (PT), 50, em agosto de 2015. Agora, os dois devem disputar a "paternidade" de obras e ações da prefeitura.

A eleição é estratégica para os dois partidos em nível estadual. Para o PT, porque é um dos dois municípios da Grande SP onde ainda está no páreo –o outro é Mauá.

Para o PSDB, representa seu ressurgimento na cidade –em 2012, nenhum vereador tucano havia sido eleito; neste ano, quatro se elegeram. Com discurso de renovação e de antipetismo, Serra acabou na frente no primeiro turno, com 35,8% dos votos, contra 20,3% de Grana.

Além disso, a exemplo da capital, que elegeu João Doria (PSDB), um afilhado do governador Geraldo Alckmin, uma eventual vitória de Paulo Serra também fortaleceria politicamente o grão-tucano, que articulou a candidatura.

"O governador me chamou com essa função: 'Paulinho, resgate o PSDB de Santo André'. O PSDB, ano que vem, vai definir o seu projeto nas eleições [para o comando nacional do partido]. A gente, como PSDB de São Paulo, faz parte desse grande projeto com João Doria, com Geraldo", diz Serra, em alusão ao desejo de Alckmin de concorrer à Presidência em 2018.

FARPAS TROCADAS

Serra iniciou carreira política como vereador, eleito em 2004 pelo antigo PFL (hoje DEM). Reelegeu-se como o vereador mais votado em 2008, pelo PSDB. Em 2012, deixou a sigla, que não quis apoiá-lo em seu projeto de ser candidato a prefeito, e fez campanha para Grana, que venceu.

Filiou-se ao PSD, à época na base do governo petista, e assumiu a secretaria de Obras. Foi secretário por dois anos e meio, até regressar ao PSDB para se candidatar.

Seu rompimento com o governo atual, justifica Serra, decorreu do aparelhamento da máquina pública pelo PT.

"Infelizmente, o que a cidade acreditou em 2012 era que não seria um governo do PT, mas de Santo André. No meio do caminho, o governo virou um governo do PT. Por isso que a gente deixou a gestão. Há um modelo que incha a máquina, operacionaliza a administração em função de um partido", critica.

Grana rebate, dizendo que seu governo diminuiu o número de cargos comissionados (de cerca de 550 para pouco mais de 400) e tem nomes técnicos e de outros partidos nas secretarias –cita os casos de Habitação e Esporte.

"Por que ele ficou dois anos e meio [na secretaria]? Por que ele esperou o limite da mudança partidária? O fato concreto é que ele se entregou para o PSDB, não sei em troca de quê, mas se entregou", diz o prefeito.

Como secretário, Serra afirma ter executado a implantação de ações como o Bilhete Único Andreense, a Ciclofaixa de Lazer, o programa Banho de Luz (de instalação de lâmpadas de LED) –ações que o prefeito reivindica.

"Não tem 'paternidade', as pessoas sabem quem lutou pelas obras, quem foi atrás, e a população sabe julgar, está muito consciente", diz Serra. Ele tem feito carreatas para agradecer aos eleitores pela votação no primeiro turno.

"Querer se apropriar do que o governo fez mostra a incoerência e a inconsistência que ele tem como gestor, porque não foi ele que fez, foi o governo. Nós vamos desmascarar", afirma o prefeito. Ele deve se licenciar nesta segunda (17) para se dedicar à campanha.

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