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Aposta da Rede no 2º turno, Clécio Luis tem campanha bancada pelo DEM em Macapá

Divulgação
O prefeito de Macapá, Clécio Luis (Rede), candidato a reeleição, ao lado de sua vice, Telma Nery (DEM)
O prefeito de Macapá, Clécio Luis (Rede), candidato a reeleição, ao lado de sua vice, Telma Nery (DEM)

Principal aposta do partido de Marina Silva nas eleições deste ano, o prefeito de Macapá e candidato a reeleição Clécio Luis (Rede) tem 95% da sua campanha bancada pelo Democratas.

Clécio disputa as eleições numa aliança de sete partidos que inclui DEM, PSDB e PCdoB e tem como candidata a vice a vereadora Telma Nery (DEM). Teve 44,59% dos votos no primeiro turno contra 26,37% de Gilvam Borges (PMDB).

Criada em 2015 sob o lema de uma "nova política", a Rede Sustentabilidade estreou nas urnas este ano com alianças do DEM ao PSOL e elegeu cinco prefeitos no primeiro turno. Além de Macapá, disputa o segundo turno em Serra (ES) e Ponta Grossa (PR).

Ao todo, o candidato Clécio arrecadou R$ 1,27 milhão para campanha em Macapá, sendo que R$ 1,22 milhão veio do diretório nacional do DEM.

Mesmo não sendo do partido, Clécio foi o segundo candidato que mais recebeu recursos do DEM, só perdendo para o prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto.

O repasse de R$ 1,22 milhão é superior ao doado para as campanhas de Priscila Krause, que ficou em quarto lugar no Recife e João Alves Filho, que disputou a reeleição em Aracaju e não foi ao segundo turno.

Presidente nacional do Democratas, José Agripino Maia justifica a doação afirmando que a eleição de Clécio na capital é fundamental para planos do partido, que pretende lançar o senador Davi Alcolumbre (DEM) candidato ao governo do Amapá em 2018.

"Temos um projeto consolidado de lançar Davi Alcolumbre governador e o prefeito Clécio será um aliado importante. Por isso, demos esse apoio", afirma Maia.

O prefeito e o senador são aliados desde 2012, quando Alcolumbre apoiou no segundo turno a candidatura de Clécio, que na época era filiado ao PSOL. Em retribuição, o prefeito apoiou Alcolumbre para o Senado em 2014. Ambos são adversários do governador Waldez Góes (PDT).

SEM DESCONFORTO

À Folha, Clécio diz que não há nenhum desconforto em ter sua campanha quase integralmente bancada por outro partido.

"Estávamos precisando de dinheiro para a campanha e o Democratas resolveu ajudar. Foi uma doação legal, vinda de um aliado. Não há constrangimento isso", afirma Clécio.

A aliança e o apoio financeiro do DEM, contudo, fez com que PT e PSB se afastassem do prefeito. Os dois partidos, que apoiaram Clécio em seu primeiro mandato, declararam neutralidade no segundo turno.

"Está claro que o prefeito está embarcando em um projeto para 2018 no qual não vemos nenhum benefício para o Amapá. Por isso, decidimos não apoiá-lo", afirma Valério Tavares, presidente do PT em Macapá.

Em nota, o PSB afirma que o prefeito "governa com práticas reacionárias aliado a partidos conservadores".

Clécio diz que respeita a posição de PT e PSB e vai buscar o apoio dos eleitores que votaram nos candidatos dos dois partidos no primeiro turno.

Porta-voz nacional da Rede, José Gustavo afirma que a coligação do DEM no Amapá é resultado de uma circunstância específica, de oposição ao grupo do governador Waldez Góes e do ex-senador José Sarney (PMDB).

E diz que não vê problemas nas doações feitas pelo DEM em Macapá: "A Rede é um partido que, estruturalmente, ainda está em desenvolvimento e tem poucos recursos".

Segundo José Gustavo, a Rede Sustentabilidade recebe cerca de R$ 400 mil mensais do fundo partidário.

GASTO COM COMBUSTÍVEL

Com arrecadação de R$ 1,27 milhão na campanha, Clécio registrou gastos de R$ 991 mil, segundo declaração parcial feita ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Deste total, R$ 150 mil foi gasto em combustíveis na rede de postos Salomão Alcolumbre, de propriedade de primos do senador Davi Alcolumbre.

Clécio afirma que não há ilegalidade no gasto e diz que a família Alcolumbre é dona de vários postos de gasolina no Amapá.

"Seria estranho se a gente comprasse em postos que são fornecedores da prefeitura. Não é o caso", afirma.

O prefeito ainda destaca que um dos sócios do posto, Salomão Alcolumbre Júnior, apoia o grupo político adversário e foi candidato a suplente de senador de Gilvan Borges (PMDB) em 2014, mas acabou derrotado por Davi Alcolumbre.

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