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Em Florianópolis, família Amin pena para recuperar hegemonia

Reprodução/Facebook/Ângela Amin
Na esquerda, Ângela Amin, candidata à prefeita de Florianópolis pelo PP, que teve os direitos políticos cassados pelo STJ nesta terça (4)
À esquerda, Angela Amin, candidata à prefeita de Florianópolis pelo PP

A família Amin, uma das mais tradicionais da política de Santa Catarina, pena no segundo turno em Florianópolis. O clã está há 12 anos longe do posto na capital.

Os Amin chegaram a participar da atual administração, com João Amin (PP) como vice-prefeito, mas o sobrenome ficou abafado. Em 2014, ele se afastou para atuar como deputado.

Angela Amin (PP) foi a última da família a eleger-se prefeita. Ocupou a cadeira ma capital em dois mandatos, entre 1997 e 2004.

Ela tenta voltar ao cargo nestas eleições, mas ainda não conseguiu apoio da maioria do eleitorado: terminou o primeiro turno com 24,57% dos votos válidos, contra 40,39% de seu adversário, Gean Loureiro (PMDB).

No segundo turno, ela aparece com 38% dos votos válidos, ante 62% de Gean Loureiro (PMDB), segundo a última pesquisa Ibope.

Angela busca reverter o quadro dizendo que tem "experiência para governar". Gean administra a vantagem apresentando-se como "o novo".

ATAQUES

Representantes de grupos políticos que há décadas se revezam na prefeitura e no governo do Estado, Angela e Gean têm apostado em ataques mútuos.

A pepista acusa o rival de apresentar como suas obras que foram feitas por outros. Diz que Gean loteará a prefeitura por estar em coligação com 15 partidos.

O peemedebista, por sua vez, acusa Angela de ter "exterminado" cachorros de rua e de ter gasto R$ 8 milhões com terminais de ônibus que nunca foram usados. Ambos negam as acusações.

Para Julian Borba, do departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a briga tem resultado em "propaganda negativa forte de ambos os lados".

O docente afirma que Gean leva vantagem pelo fato de Angela estar afastada da prefeitura há 12 anos. "O eleitorado tem mais lembrança dele do que de Angela".

Já segundo Valmir dos Passos, professor de Ciência Política da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), a campanha de confrontação vista no segundo turno "é justificável". "Muitas vezes ela traz fatos que o eleitor não se lembrava", diz.

TRADIÇÃO

A família Amin acumula quatro mandatos na prefeitura de Florianópolis em 40 anos: além das duas administrações de Angela, de 1997 a 2004, foi administrada pelo marido dela, Esperidião, em 1975 e 1989.

João Amin, filho do casal, eleito vice-prefeito em 2012, conciliou o cargo com a Secretaria de Obras até 2014, mas teve pouca visibilidade e decidiu exercer mandato de deputado estadual.

Além da prefeitura, os Amin somam 11 mandatos de vereador, deputado, governador e senador em 40 anos.

Ante à tradição da adversária, Gean Loureiro tem buscado se apresentar como "alternativa de mudança".

Foi cinco vezes vereador. Também foi secretário municipal, deputado federal e estadual. Mas nunca prefeito.

Rixas à parte, os dois candidatos integram grupos de "campos políticos e ideológicos muito próximos, com perfil conservador e elitizado", diz o professor Valmir dos Passos, da Unisul.

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