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'Batalha da água' acirra segundo turno da campanha em Ribeirão Preto

A batalha sobre as formas de abastecimento de água em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) acirrou a disputa no segundo turno da eleição na cidade.

Até então atrás na disputa, o vereador Ricardo Silva (PDT) passou a criticar de forma contínua na propaganda eleitoral no segundo turno proposta de seu adversário, Duarte Nogueira (PSDB), de captar água do rio Pardo, que passa no município, para complementar o abastecimento no município, feito hoje exclusivamente a partir de captação do aquífero Guarani.

Após Ricardo sair na frente na disputa, ser superado no primeiro turno e aparecer 14 pontos percentuais atrás na primeira pesquisa do segundo turno, membros de sua campanha afirmam ver o tema como um dos responsáveis pela recuperação do candidato.

Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (24) mostra empate técnico entre os adversários. O pedetista aparece com 48% dos votos válidos, ante 52% de Nogueira. No levantamento anterior, divulgado no último dia 17, Ricardo tinha 43%, ante 57% do candidato tucano -ambos tiveram variação fora da margem de erro, de quatro pontos percentuais. No primeiro turno, Nogueira teve 39,86% dos votos válidos, ante 27,86% de Ricardo.

"Não dá para entender é que em Ribeirão Preto tenha proposta de captação de água do rio, sendo que temos o nosso aquífero, com água boa, limpa, para todos", disse Ricardo num dos debates entre os dois no segundo turno.

Em seus programas no horário eleitoral, Ricardo tem usado imagens de eleitores dizendo que a água do rio é "podre", "fedida" e que Nogueira "quer dar para os pobres beberem". "Não vamos permitir, como estão querendo, que a água do rio Pardo, que recebe esgoto de dezenas de cidades antes de passar por Ribeirão, seja usada para abastecer os bairros mais simples", disse o pedetista no horário eleitoral.

Já Nogueira tem afirmado que a possibilidade de usar a água do rio Pardo é um "plano B" e é um pensamento sobre o futuro do abastecimento para o município.

O plano inicial, de acordo com ele, é seguir com o uso da água do aquífero, que a cada ano que passa vê seu nível se reduzindo na cidade.

"Nós podemos, a médio e longo prazo, ter um colapso no abastecimento de água [se nada for feito]", disse o tucano em uma sabatina. Segundo ele, qualquer cidade ou região metropolitana capta água de lagos ou rios e a trata para que possa ser utilizada.

Ainda conforme Nogueira, os estudos que são feitos pelo Daerp (departamento de água) sobre o uso de água do rio Pardo terão continuidade.

O rio Pardo nasce no centro-sul de Minas Gerais, corta municípios como São José do Rio Pardo, Mococa, Ribeirão Preto e Barretos e desemboca no rio Grande, na divisa entre São Paulo e Minas, num curso de 573 quilômetros.

A possibilidade de captar água do Pardo não é nova na cidade. Em 2014, a prefeitura já tinha obtido autorização da ANA (Agência Nacional de Águas) para a captação.

Segundo o projeto, poderia ser possível até dobrar o volume de água disponível, numa cidade que sofre com a falta d'água devido a problemas históricos nos poços e ao desperdício na rede -que equivale a quase metade da captação.

Segundo o Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo) em Ribeirão Preto, o abastecimento por poços atingiu nos últimos anos o limite da sustentabilidade e o nível do aquífero já baixou 70 metros devido ao uso para abastecimento.

Mas o próprio rio Pardo enfrenta seus problemas. Na última seca recorde no interior paulista, em 2014, o rio atingiu o menor nível desde 1970.

INDECISOS

A pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira mostrou também a redução no total de eleitores de Ribeirão Preto que pretendem votar em branco ou anular e indecisos.

No total, 14% dos eleitores entrevistados afirmaram que votarão em branco ou anularão, enquanto 4% não souberam ou não responderam. Uma semana atrás, os índices eram de 20% e 6%, respectivamente. Foram ouvidos 700 eleitores entre os dias 21 e 23.

Em relação aos votos totais -incluindo brancos, nulos e indecisos-, Nogueira oscilou positivamente um ponto e tem, agora, 43%. Ricardo, que tinha 32% no levantamento anterior, atingiu 39%.

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