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Vereadores petistas em São Bernardo apoiam Manente e dizem que Morando prega o ódio

Reprodução/Facebook
Os candidatos em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Alex Manente (PPS) e Orlando Morando (PSDB)
Os candidatos em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Alex Manente (PPS) e Orlando Morando (PSDB)

Embora o PT tenha se declarado neutro no segundo turno em São Bernardo do Campo, alguns vereadores do partido resolveram apoiar o deputado federal Alex Manente (PPS), acusando o candidato adversário, deputado estadual Orlando Morando (PSDB), de pregar o ódio à sigla.

O candidato tucano, que obteve 45% dos votos no primeiro turno, adotou um discurso antipetista, enquanto Manente, com 28,4%, também procura se distanciar do partido, dizendo que o apoio recebido é espontâneo e lembrando que votou pelo impeachment.

"Todo mundo acha que o PT virou uma lepra, que a gente atrapalha em todos os sentidos, mas 23% da população votou no PT no primeiro turno e essas pessoas agora vão votar em alguém", afirma à Folha o vereador petista José Cloves. O candidato do partido, Tarsicio Secoli, terminou a disputa pela prefeitura em terceiro lugar.

"Vou orientar meu povo a votar 23 [número do PPS]", diz Cloves, que não foi reeleito. "Nem conversei com o Alex [Manente]. Mas sei que a cidade estará em melhores mãos do que nas mãos do 45 [número do PSDB]."

Como os demais petistas, Cloves não defende o voto nulo e descarta qualquer possibilidade de votar no PSDB. "Eu não vou votar no ódio", diz.

A opinião é partilhada por Zé Ferreira, seu companheiro de bancada na Câmara, para quem Morando, se eleito, "vai parar as obras para ficar fazendo manchete de jornal contra o PT". "Ele tem ódio, preconceito. O principal ponto da campanha é extinguir o PT. Isso é coisa de Hitler", diz.

Procurado pela Folha, Morando afirmou que tem deixado claro que, "sendo prefeito, petistas em cargos comissionados não ficarão no governo". "Eleitores do PT são bem-vindos, petistas eu não quero", disse.

O candidato afirmou ainda que os adversários é que "pregam ódio e terrorismo falando que eu vou mandar embora todos os funcionários de empresas terceirizadas".

Para o deputado estadual Teonílio Barba (PT), liderança na cidade, o apoio a Manente vem também do compromisso assumido pelo candidato de continuar as obras do atual prefeito petista Luiz Marinho. "Além disso, em 2008, o apoio dele a Marinho no segundo turno foi fundamental pra derrotar Morando", disse à Folha.

Morando, porém, também afirma que dará continuidade às obras da gestão Marinho. "Obra de corredor de ônibus, por que eu vou parar? A obra não é do PT, é da prefeitura."

Manente, por sua vez, descarta uma janela ao PT caso seja eleito. "Não haverá nenhum cargo do PT no meu governo. Todos os cargos comissionados automaticamente se extinguem no dia 31 de dezembro", disse.

VÍDEOS

Presidente da Câmara, o vereador José Luís Ferrarezi (PT) gravou um vídeo em apoio a Manente dizendo que "não é meu perfil não tomar posicionamento". À Folha, ele afirmou que "não está com bandeira e material" do candidato do PPS, mas que "PT e PSDB são antagônicos".

Também em vídeo publicado no Facebook, o prefeito Marinho afirmou que o PT está neutro, mas que as pessoas não devem votar "em uma volta ao passado".

Em referência a Morando, ele diz: "Peço que não dê o seu voto a um candidato que só pensa em vingança e que não dará continuidade às obras e programas que estamos realizando. Peço que não vote em quem tenha como padrão de educação o que acontece com as escolas estaduais".

AMIGOS MAS NEM TANTO

Manente faz questão de afirmar que o apoio dos petistas deve ser entendido "como uma decisão pessoal" e que não fez acordo. "Eles declararam voto em mim, mas não é um apoio. Apoio tem que ser combinado com a outra parte, não combinaram comigo."

O candidato lembra ainda que seu adversário recebeu apoio formal do PC do B, sigla aliada do PT, no segundo turno. "Com a presença de Orlando Silva, ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff", disse.

Manente chegou a participar de uma reunião de militantes petistas organizada por Ferreira. O candidato nega, porém, que tenha sido algo planejado.

"Eu passei em frente a casa onde estavam as pessoas num domingo à tarde. Cumprimentei e falei da porta mesmo. Pedi o voto delas", afirma.

Ferreira dá a mesma versão: "eu estava reunido com um grupo de apoio e soube que o Alex [Manente] estava fazendo campanha no bairro, então liguei pra ele e ele passou lá".

ACUSAÇÕES

No sábado (22), a campanha de Manente registrou um boletim de ocorrência acusando apoiadores de Morando de ameaças e agressão. Segundo relato em rede social, nove pessoas, incluindo o pai do candidato a vice na chapa tucana, abordaram dois colaboradores do PPS que colocavam placas em uma avenida. Um deles teria sido derrubado de uma escada.

Morando, porém, afirmou que o pai do candidato apenas presenciou a discussão e "parou para acalmar os ânimos". O tucano, por sua vez, acusa a campanha de Manente de calúnia por divulgar uma notícia falsa.

Segundo o "Diário do Grande ABC", o vereador Antônio Cabrera (PSB), integrante da campanha de Manente, distribuiu pela internet uma nota do "Estado de S. Paulo" modificada, afirmando que Morando seria citado em delação sobre propinas no governo de São Paulo.

Após o "Estado" desmentir a informação, Cabrera pediu desculpas segundo o "Diário".

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