Publicidade
Publicidade
Publicidade

Líder em Campo Grande recebia da Assembleia enquanto era vereador

Divulgação
Marcos Marcello Trad candidato a prefeito de Campo Grande, na Assembleia Legislativa foi denunciada ao MPE (Ministério Público do Estado) e TCE (Tribunal de Contas do Estado). Em ambos os casos, a denúncia foi apresentad Foto: Divulgacao ORG XMIT: Y57UeVoujD8-2C07jBUc ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Marquinhos Trad, candidato a prefeito de Campo Grande, em campanha

Desde o primeiro turno, a acusação de que Marquinhos Trad (PSD) foi funcionário fantasma da Assembleia Legislativa do Estado ronda a campanha dele, líder nas pesquisas para a Prefeitura de Campo Grande (MS).

Nesta segunda (24), em entrevista para um programa de TV, Trad novamente foi questionado sobre o assunto e voltou a rebater a acusação. "Eu nunca tive dois cargos recebendo duas remunerações. Isso é um absurdo", disse.

A Folha obteve documentos que contrariam a versão do deputado, no entanto. Contracheques e um documento fiscal mostram que, pelo menos durante o ano de 2005, Trad foi remunerado simultaneamente pela Assembleia e pela Câmara Municipal de Campo Grande.

Herdeiro de uma das mais tradicionais famílias de políticos do Estado, em 1986, aos 22 anos, Trad ganhou um cargo no gabinete do pai, o deputado estadual Nelson Trad, que morreu em 2011. Cinco anos depois foi promovido a assessor jurídico da Casa.

Em 2004, Marquinhos se elegeu vereador, mas não saiu dos quadros da Assembleia. Os documentos mostram que o candidato acumulou salários das duas Casas legislativas. Em 2005, ele recebeu R$ 19.272,64 como funcionário da Assembleia e R$ 156.750,00 de salário anual de vereador.

A Folha obteve também os recibos de pagamentos mensais a Marquinhos Trad da Câmara e da Assembleia de janeiro de 2005 a setembro de 2006.

Em janeiro de 2005, quando assumiu como vereador, Trad recebeu salário de R$ 9.500. No mesmo mês, recebeu da Assembleia pagamento de R$ 1.536,80.

No último mês daquele ano o então vereador somou os R$ 9.500 da Câmara com R$ 1.719,51 da Assembleia. Em setembro de 2006, foram R$ 2.068,70 da Assembleia e R$ 9.500 da Câmara.

No mês seguinte, Trad afastou-se do cargo de assessor parlamentar para concorrer a uma vaga de deputado estadual. Foi eleito para o primeiro dos três mandatos.

Trad chegou a ser alvo de uma investigação do Ministério Público do Estado quando foi vereador por suspeita de que estivesse recebendo dois salários de entes públicos, porém a investigação foi arquivada.

Ele lidera a disputa no segundo turno em Campo Grande com 50% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope divulgada há duas semanas. Rose Modesto (PSDB) tem 29%.

No primeiro turno, ele teve 34,6% dos votos válidos.

OUTRO LADO

O candidato a prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), nega ter sido funcionário fantasma, diz que nunca recebeu sem trabalhar e aponta decisão do Ministério Público Estadual como um "atestado" de sua correção.

Ele afirma, que, em 2007, denúncia sobre o caso chegou ao órgão, que optou por arquivar a ação.

"Não ficou evidenciado nos autos incompatibilidade de horário de trabalho do investigado com o exercício do mandato de vereador", diz trecho da peça reproduzido pelo candidato.

Trad diz que o MP descartou nova denúncia, em 2009. "Nunca recebi sem trabalhar e os atestados do Ministério Público provam minha inocência. Minha conduta está amparada na Constituição."

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade