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TRE nega pedido de viúva do Amarildo para que Crivella não use seu depoimento em vídeo

Marlene Bergamo/Folhapress
Rio de Janeiro,RJ,Brasil 27.10.2016 Elizabete Gomes da Silva,a Bete, viuva de Amarildo vai depor na 11 DP na Rocinha Rio de Janeiro. Foto: Marlene Bergamo/Folhapress
Elizabete Gomes da Silva, viúva de Amarildo, depôs contra a campanha de Crivella nesta quinta

O juiz do TRE Marcello Rubioli indeferiu pedido da viúva do pedreiro Amarildo, Elizabete Gomes da Silva, para que depoimentos seus em vídeo fossem impedidos de serem divulgados pela campanha do senador e candidato a prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB).

O indeferimento foi protocolado às 12h56 desta sexta-feira (28) no tribunal. Elizabete entrou, como pessoa física, com uma ação cautelar no TRE, na noite de quinta-feira (27).

Ela requereu à Justiça Eleitoral que a campanha de Crivella não usasse vídeo gravado em sua casa, na Rocinha, na última terça (25).

Há versões distintas para como se deu a gravação deste vídeo. O caso veio a público nesta quinta (27) depois que Elizabete prestou queixa de constrangimento contra a campanha de Crivella na 11ª DP, em São Conrado, zona sul.

Ela afirma em depoimento que cerca de 12 homens da campanha de Crivella estiveram em sua casa, no alto da favela, às 23h. Eles teriam dado R$ 190 à viúva, que é dependente química e foi imediatamente comprar drogas para consumir.

Ela teria dado uma entrevista em vídeo sob efeito das drogas. Teria sido oferecido a ela a reforma de sua casa e um salário mínimo por mês, caso Crivella fosse eleito. A Polícia Civil apura o caso.

Segundo a viúva, a equipe teria dito que o candidato Marcelo Freixo (PSOL) e o advogado João Tancredo, fundador da ONG DDH (Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos), teriam ficado com parte do dinheiro que seria destinado à família do pedreiro na campanha "Somos todos Amarildo", de 2013.

Já a campanha de Crivella afirma que, de fato, esteve na casa de Elizabete para gravar um depoimento, mas a pedido dela própria viúva e com a intermediação da Associação de Moradores da Rocinha.

A campanha negou que tenha oferecido qualquer tipo de vantagem à mulher, tampouco ter induzido ao consumo de drogas. A equipe de Crivella afirma que esteve na casa de Elizabete, às 20h (e não às 23h como ela diz), e que ela falou por "mais de uma hora" às câmeras.

À rádio CBN, Emerson Gomes de Souza, filho de Amarildo, afirmou que não houve consumo de drogas e que a mãe solicitara o contato com a campanha de Crivella. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o mesmo filho reiterando o depoimento.

INSERÇÃO NA TV

A propaganda eleitoral gratuita na televisão será encerrada na noite desta sexta-feira, quando irá ao ar o último programa das campanhas. Pela lei eleitoral, as mídias com os programas devem ser enviadas à Justiça e às emissoras até as 17h45 do dia anterior. Em casos de domingos e feriados, o material deve ser entregue no mesmo horário, mas na sexta-feira anterior.

Em tese, com o indeferimento do pedido da viúva pelo TRE, a campanha de Crivella poderia usar o material no último dia de campanha gratuita na televisão, caso tenha enviado um material sobre o assunto dentro do prazo.

A campanha informou à reportagem que não utilizará as imagens gravadas por sua equipe na casa de Elizabete, seja na propaganda gratuita seja na internet.

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