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Resultado em Curitiba deve respingar no governo do PR

O resultado da eleição deste domingo (30) em Curitiba pode forçar uma cisão política no governo do Paraná.

De um lado está o ex-prefeito Rafael Greca (PMN), 60, que conta com o apoio do governador Beto Richa (PSDB).

Do outro, o deputado Ney Leprevost (PSD), 43, afiançado pelo secretário Ratinho Júnior, do mesmo partido, que não esconde o sonho de ser candidato a governador.

Ao longo do segundo turno, Leprevost, que deixou a base do tucano no ano passado, disparou contra Richa, em fase de baixa popularidade depois de propor ajustes fiscais e de enfrentar um confronto entre policiais e professores durante protesto.

Com frequência, o deputado chamava Greca de "o candidato do governador". Acusou o governo de agir para "desidratar" sua campanha e difamar sua imagem, por meio de ataques na internet.

Em entrevista à Folha, criticou inclusive a atitude do governador nas ocupações de escolas no Paraná: afirmou ser contra o movimento, mas disse que o tucano "falhou" ao não obter sucesso no diálogo com os estudantes.

Richa revidou: chamou Leprevost de "oportunista e demagogo", disse ter sofrido "ataques sórdidos" e cobrou um posicionamento do PSD de Ratinho, titular da pasta do Desenvolvimento Urbano.

"Se houve rompimento, que tenham a dignidade de me avisar." O partido não se manifestou publicamente.

Leprevost e Greca aparecem em empate técnico nas pesquisas. Os candidatos se revezaram na primeira colocação neste segundo turno, dentro da margem de erro. No último Ibope, deste sábado, Greca estava numericamente à frente, ainda em empate técnico.

Se Greca vencer, o PSDB, que indicou seu candidato a vice (Eduardo Pimentel, ex-assessor de Richa), retoma o protagonismo na Prefeitura de Curitiba, governada por Richa entre 2005 e 2010, e ganha uma vitrine importante para as próximas eleições.

Caso vença Leprevost, a eleição marcaria o fortalecimento do grupo de Ratinho, que tentou ser prefeito na eleição passada e perdeu.

Em qualquer cenário, um mal-estar entre os atuais aliados deve ser inevitável e pode resultar em rompimento.

PROMESSAS E ATAQUES

Greca, o primeiro colocado no primeiro turno, manteve o mote da nostalgia e da inovação. Prefeito na década de 1990, disse que levaria Curitiba "de volta ao futuro" e prometeu casas com energia fotovoltaica e incubadoras públicas para start-ups.

Leprevost fez um discurso pautado na ética e na "política do bem". Afirmou que irá reduzir cargos em comissão e acabar com mordomias.

Na propaganda eleitoral, destacou ser um apoiador da Lava Jato e mostrou fotos suas em atos anticorrupção.

A campanha foi marcada por agressões entre os dois.

Depois de passar quase incólume pelo primeiro turno, quando aparecia em quarto lugar nas pesquisas, Leprevost virou alvo do adversário, que estava cotado para vencer no dia 2 mas derrapou após afirmar ter vomitado "com cheiro de pobre".

Greca colocou em dúvida a qualidade da formação do deputado, que se graduou a distância no Tocantins, associou Leprevost ao comunismo, por ser aliado do PC do B, e criticou até o temperamento do adversário.

Leprevost acusou Greca de "desespero" e também atacou. Disse que o ex-prefeito é preconceituoso e tem "cultura de orelha de livro", divulgou fotos dele ao lado de Lula e classificou-o como representante da "velha política".

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