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Crivella comemora vitória com pai-nosso e diz não a aborto e legalização das drogas

O senador e prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), comemorou a vitória com um pai-nosso, em discurso na noite deste domingo (30), na quadra do Clube Atlético Bangu, na zona oeste do Rio.

O bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deu, ele fez um aceno a sua base não evangélica, ao dizer que teve apoio de parte da Igreja Católica.

Durante a oração, que não é tradicionalmente entoada em cultos evangélicos, ele esqueceu um trecho da prece, cantada em seu ouvido por um de seus apoiadores na quadra da sede social do Bangu Atlético Clube, em Bangu, zona oeste.

O bispo licenciado falou também às suas bases e defendeu posições conservadoras, que embora não sejam da alçada da prefeitura, são caras a sua base de eleitores.

Ricardo Borges/Folhapress
Marcelo Crivella comemora vitoria na eleição da Prefeitura do Rio de Janeiro
Marcelo Crivella comemora vitoria na eleição da Prefeitura do Rio de Janeiro

"Não, não e não à legalização do aborto. Não e não à legalização das drogas. Não à ideologia de gênero às nossas crianças de seis anos", disse, muito aplaudido pelo público.

Crivella fez dois discursos, e em ambos agradeceu à religião católica, ao espiritismo, à umbanda, ao candomblé e até aos ateus e agnósticos. Ele disse que a mídia o tratou com preconceito devido à sua ligação com a Igreja Universal. Ele afirmou, porém, que não fará revanche contra quem considerou não ter-lhe dado apoio.

"Agradeço à Igreja Católica, que nos apoiou, vencendo uma onda enorme de preconceito por parte de uma mídia facciosa, inimiga jurada da nossa candidatura."

"Agradeço aos espíritas, umbandistas, candonblecistas, aos que não têm religião, são agnósticos, ateus. Mas eu quero aqui também pedir a minha militância e aos meus companheiros que nós não podemos cair na praga maldita da vingança. O processo eleitoral termina aqui. Acabou. Não temos memórias para injurias, para calunias".

Crivella discursou ao lado de Carlos Osório (PSDB), Indio da Costa (PSB) e Flávio Bolsonaro (PSC), derrotados no primeiro turno, e da deputada federal Clarissa Garotinho (PR), filha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho.

Em vários momentos cantou seu jingle de campanha e comandou a bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense.

Mapa da apuração no Rio de Janeiro

GOVERNO FEDERAL

O senador disse ainda que buscará harmonia com o governo Temer. "Chega dessa agenda 'fora Temer'. Nós vamos buscar recursos do governo federal. Não vamos retornar à guerra patricida. O Rio mostrou que se quisesse luta ideológica votaria na outra candidatura", disse ele.

Crivella agradeceu, contudo, à disputa com o candidato derrotado Marcelo Freixo (PSOL), e disse que os dois "superaram barreiras difíceis" na campanha.

"Faremos um governo técnico com homens e mulheres de bem". Crivella encerrou seu discurso com "amém".

APOIOS

O prefeito eleito fez uma série de agradecimento a aliados. Agradeceu ao presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (PMDB), que comanda o poder responsável por fiscalizar o Executivo, que estava presente na comemoração.

Agradeceu ao senador Romário (PSB-RJ), ao apresentador e deputado estadual Wagner Montes, recém chegado no PRB, e ao seu suplente no Senado, Eduardo Lopes.

Ele agradeceu ao vereador Dr. Jairinho (PMDB), reeleito na Câmara de Vereadores, filho do deputado Coronel Jairo, que teve o nome citado na CPI das Milícias.

O senador recebeu 1,7 milhão de votos, ou 59,36% dos válidos. Freixo teve quase 1,164 milhão, ou 40,64% dos votos válidos.

FIÉIS COMEMORAM

A vitória de Crivella foi comemorada por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus.

Na igreja de Ipanema, na zona sul do Rio, um funcionário gritou, na porta, "É dez!", em referência ao número do candidato do PRB, ao final do último culto do dia, quando o resultado da eleição já havia sido divulgado.

Como resposta, os fiéis comemoraram. "Saio do culto mais feliz!", disse uma delas, que não quis dar entrevista.

Luiza Franco/Folhapress
Veículo com bandeiras em apoio a Crivella em frente à Catedral da fé, principal templo da Igreja Universal do Reino de Deus na zona norte do Rio
Veículo com bandeiras em apoio a Crivella em frente à Catedral da Fé, templo da Universal

Durante a tarde, na Catedral da Fé, maior templo da Universal no Rio, fiéis traziam no peito adesivos da campanha de Crivella.

Do lado de fora, carros passavam hasteando bandeiras do candidato –a lei eleitoral proíbe manifestações com microfone, mas bandeiras são liberadas.

Na área externa da Catedral da Fé, na zona norte, enquanto a reportagem fazia uma foto de um veículo com bandeiras de Crivella, um dos membros da igreja, com um rádio de comunicação, começou a monitorar e a seguir a reportagem que caminhava no entorno do templo.

Momentos antes, dentro da igreja, um dos obreiros (como são chamados os voluntários que participam do culto) acompanhou a repórter e perguntou se ela era jornalista.

Em outro templo, na zona sul, o pastor também perguntou da atividade da repórter –e não respondeu perguntas. Outros fiéis, na saída do culto, não quiseram se pronunciar.

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